Introdução: Micoses superficiais são infecções fúngicas causadas principalmente por dermatófitos, leveduras e fungos filamentosos não dermatófitos, que acometem as camadas mais superficiais da pele e seus anexos. Apresentam alta prevalência em todo o mundo.O objectivo deste estudo é avaliar a epidemiologia das micoses superficiais, assim como o índice de concordância entre o exame micológico direto e a cultura para fungos. Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo realizado no ambulatório de Dermatologia de hospital terciário, num intervalo de 6 anos. Para a elu- cidação diagnóstica, foi realizada colheita de material através de raspagem ou curetagem, para posterior análise por exame micológico direto e cultura para fungos. Resultados: Foram incluídas 439 amostras de lesões suspeitas de micoses superficiais de 420 pacientes, 268 do sexo feminino (63,8% doentes) com a média de idade de 45,7 anos (dos 3 meses aos 95 anos), com o maior número de casos das unhas (43,4%) e pele glabra (24,1%). Em geral, o fungo mais encontrado na cultura foi o Trichophyton rubrum; no entanto, não houve esta concordância em todos os locais da pele estudados. O exame micológico direto apresentou associação significativamente estatística com a cultura (K=0,955), se eliminadas os casos em que houve contaminação da cultura. Conclusão: O uso do exame micológico direto e da cultura, como métodos diagnósticos na Dermatologia, é uma opção que fornece resultados satisfatórios e de baixo custo, favorecendo doentes e sistema de saúde. Este estudo permitiu descrever o perfil epidemiológico dos pacientes de um centro de Dermatologia de referência, com dados relevantes em relação ao nosso objetivo. A concordância entre o exame micológico direto e a cultura mostrou a confiabilidade dos métodos.
As lesões auto-infligidas compreendem modificações cutâneas induzidas por um desvio do comportamento e demandam o envolvimento de diferentes profissionais da saúde. São mais comuns entre as mulheres de meia idade. Relata-se o caso clínico de um homem de 42 anos com diagnóstico de lesão ulcerada nos lábios superior e inferior, secundária a comportamento obsessivo-compulsivo. Os achados histopatológicos foram inespecíficos e os resultados de exames laboratoriais realizados não apresentaram alterações. Optou-se pelo acompanhamento conjunto entre a Psiquiatria e a Dermatologia, com seguimento de sessões de psicoterapia, mas o paciente acabou por abandonar o tratamento. Ressalta-se a importância do conhecimento das psicodermatoses pelo dermatologista, visando o diagnóstico e a terapêutica precoces, o que permitirá a prevenção de lesões destrutivas e mutiladoras.
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