Nosso artigo analisa as imagens simbólicas sobre o pranto feminino, tendo como recorte analítico o episódio do evangelho apócrifo de Pedro, em que as mulheres dirigem-se ao túmulo de Jesus para realizar as honrarias fúnebres ao mestre. Trata-se de uma pesquisa descritiva e bibliográfica, com abordagem qualitativa. A concepção de pranto foi delineada sob a perspectiva mitológica e fundamentada com a teoria do imaginário, tendo como instrumento de análise a “Hermenêutica Simbólica de Gilbert Durand e a Mitohermenêutica de Ferreira-Santos”. Consideramos que, em seu simbolismo de morte, o pranto dessas mulheres que choraram compulsivamente, ao ponto de se ouvir uma voz “Mulher por que choras?”, apresenta a função de trazer à consciência da comunidade o término da vida, uma vez que o espetáculo da dor emocional descrito com o bater no peito e o puxar de cabelos, enfim, o lamento fúnebre, revela a angústia diante do tempo e da morte.
Este artigo tem como objetivo compreender a elaboração artística da matéria sagrada no filme Je vous salue, Marie, de jean-Luc Godard, a partir do conceito de Erotismo desenvolvido por Georges Bataille. Na tradição bíblica, há um silenciamento em relação à experiência espiritual e corporal da Virgem Maria, ao longo da gestação de Jesus. Godard, ao retomar a narrativa da “concepção imaculada”, interessa-se pelos processos psíquicos e somáticos da Virgem. O texto fílmico de Je vous salue, Marie constitui uma provocação a partir do conflito entre a castidade de Maria e as idiossincrasias eróticas do seu corpo. Afastada do toque masculino de José, a personagem acolhe o Eros transcendente de Deus, porém, ao mesmo tempo, seu corpo libidinoso não silencia o desejo sexual. Para Bataille, a sexualidade estaria na arqueologia de todas as modalidades de amor, até mesmo das que se voltam à transcendência divina. Nesse sentido, verificaremos a articulação do erotismo feminino com a matéria sagrada, enquanto concepção estética e filosófica do filme.
RESUMOEste trabalho tem como objetivo discorrer sobre a representação do sagrado na linguagem poética. Para o conceito de sagrado, adotamos a proposição do filósofo Georges Bataille, em sua obra L'Expérience Intérieure, na qual o autor localiza a matéria sagrada em dimensões da experiência humana, que são inapreensíveis racionalmente. Paradoxalmente, a poesia, ao se utilizar de signos especiais, como a metáfora e o símbolo, procura acessar essas zonas misteriosas da existência.Para entendermos o funcionamento dos signos poéticos, utilizamo-nos da hermenêutica de Paul Ricoeur, a partir da obra Teoria da Interpretação, em que o autor expõe, por um lado, a formulação lógico-discursiva da metáfora e, por outro, os enigmas e sombras do símbolo, que é marcado por características não-semânticas, as quais apontam os elementos sagrados de sua composição. A partir da análise de alguns textos poéticos, buscaremos identificar como se dá o processo poético conflituoso de encontro e também de impossibilidade de um alcance absoluto do sagrado.
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