Introdução. A eletroconvulsoterapia (ECT) é um tratamento capaz de promover rápida melhora em uma variedade de transtornos mentais. Objetivo. Sendo o suicídio a principal causa de morte associada a transtornos psiquiátricos, esta revisão tem como objetivo analisar a relação risco/benefício da ECT no manejo do risco suicida. Método. Foi realizada busca sistemática de artigos publicados no PubMed entre 2015 e 2020, com os descritores “eletroconvulsive therapy” e “suicide”. Os critérios de exclusão - repetidos, indisponíveis, inéditos, não relacionados ao tema, artigos de revisão, cartas e comentários - foram aplicados aos 143 artigos encontrados. Resultados. Foram selecionados 19 estudos, em sua maioria observacionais. O uso da ECT foi avaliado em diversos transtornos psiquiátricos, com predomínio de transtornos depressivos (47,36%). O risco suicida foi direto ou secundário à melhora do quadro clínico a partir do tratamento com ECT em 89,47% dos artigos. Quanto aos efeitos adversos da ECT, destacou-se o comprometimento transitório da memória anterógrada. Conclusão. A ECT apresenta-se como uma potente estratégia terapêutica no manejo do risco suicida, mas o acompanhamento e a atenção à saúde devem ser contínuos, pois, principalmente no primeiro ano após a remissão dos sintomas, existe o risco de recaídas.