RESUMO: Sabe-se que, na maioria das vezes, a produção textual no ambiente escolar constitui-se em um processo discursivo artificializado e, de certo modo, vazio em termos de interação intersubjetiva. O aluno escreve para obter nota. O professor corrige para atribuir nota. A isso se resume o propósito interacional desencadeado com a produção do enunciado. Tal perspectiva deixa a desejar quando se leva em conta que o objetivo primeiro da escola é desenvolver a competência discursiva dos alunos e que isso se efetiva através de práticas de escrita e reescrita mediadas pelo professor. Nesse sentido, à luz de concepções de Benveniste (2005) acerca da subjetividade na linguagem e de Bakhtin (2003) sobre enunciado/texto como unidade da comunicação discursiva, analisam-se as formas de correção textual elencadas por Ruiz (2010) enquanto estratégias de intervenção do professor no texto do aluno, com vistas a discutir o processo de escrita e reescrita numa abordagem enunciativa. A análise aponta que, dependendo das * D o u t o r a n d a e m L e t r a s , p r o f e s s o r a n o C u r s
Relacionados à ritualística fúnebre, os epitáfios são textos que não apenas registram uma prática social secular, mas também legitimam uma identidade social, consolidando-a nas pedras tumulares e perpetuando no tempo e no espaço representações simbólicas de atores sociais. É a essas representações que se volta este trabalho. À luz de estudos sobre o ethos discursivo – principalmente de Fiorin (2008) e Maingueneau (1997, 2008) –, analisam-se epitáfios coletados junto ao cemitério da Vera Cruz, em Passo Fundo-RS, no intuito de depreender imagens discursivas que neles se projetam e revelam valores, crenças, anseios de sujeitos de nosso tempo.
No presente trabalho, realiza-se análise de um “texto-resposta” de Jader Marques ao escritor Fabrício Carpinejar, sobre o assassinato do menino Bernardo, ocorrido na cidade de Três Passos (RS). A análise do texto se dá à luz da Teoria dos Blocos Semânticos, proposta por Carel e Ducrot (2005), e tem como objetivo identificar os encadeamentos argumentativos evocados a partir do enunciado e, dentre eles, o ponto de vista assumido pelo locutor Jader Marques e o atribuído ao alocutário Carpinejar. O texto-resposta tece uma crítica à manifestação de Carpinejar por acusar, antecipadamente à investigação e à condenação, o pai do menino pelo assassinato.
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