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Neste artigo, discutimos como a linguagem cinematográfica produz verdades, a partir das contribuições dos filósofos Michel Foucault, sobre sexualidade e relações de poder, e Judith Butler, sobre gêneros inteligíveis. Ao longo do texto, a discussão é ilustrada através de filmes que trazem emblemáticas noções de masculinidades e feminilidades. Dentre as verdades neles produzidas, destacamos: o culto ao amor romântico; a repetição de regras que sustentam identidades de gênero tidas como hegemônicas; a relação entre masculinidade e violência; e a não inscrição das prá-ticas homoafetivas na concepção binária de masculino e feminino. Os enredos dos filmes nos mostram que tais verdades são constantemente negociadas e indicam ainda que as normas sobre sexo, desejo, prazer, masculinidades e feminilidades não são somente reproduzidas pois seus efeitos sobre os enredos particulares não terminam com o fim dos filmes. Palavras-chave Gêneros inteligíveis Relações de Poder Cinema Abstract Keywords Intelligible Genders Power Relations CinemaThis paper aims to discuss how cinematographic language produces truths about men and women. Throughout the text, we have used to illustrate some iconic films that bring notions of masculinity and femininity. The film we have chosen are works that have a distinct esthetic and markets, they are able to raise issues related to gender and sexuality in discussions against romantic love, identity, homosexuality, violence and techniques confession of truths, among others. We analyze the films from Michel Foucault perspective concern sexuality and power relations and Judith Butler about gender intelligible. The plots of the films show that such truths are constantly negotiated and further indicate that norms about sex, desire, pleasure, masculinity and femininity are not only reproduced as its effects on private plots do not end with the end of the film.Galvão-Viana, Luciene e Santos Carvalho, Isalena (2014). Gêneros inteligíveis em cena: o cinema e a produção de verdades sobre os corpos. Athenea Digital, 14(2), 171-193. http://dx.doi.org/10.5565/rev/athenea.1149 A vida é mais parecida com o cinema do que se sonha. (Quentin Crisp, no documentário O outro Lado de Hollywood, Friedman & Epstein, 1996).As artes em geral e o cinema em particular são, por vezes, concebidas como formas livres e desinteressadas de entretenimento. No entanto, a afirmação de que os filmes são somente ficção ou fonte de entretenimento é um poderoso efeito discursivo pelo qual o cinema pode se tornar um lugar de não questionamento das relações de poder que o constituem. Ao considerar que um filme é somente uma ficção, poupamo-nos de discutir a relação de retroalimentação entre os modos de vida e as narrações fílmicas, as 171
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