Resumo: A conjunção do desenvolvimento dos psicofármacos modernos com o amplo alcance que assumiu a ênfase preventiva em saúde mental na atualidade modificou as práticas da Psiquiatria, que deixou de ser um saber voltado exclusivamente ao tratamento da loucura para dedicar-se a medicar, através da prescrição de psicofármacos, qualquer manifestação de sofrimento psíquico. O presente trabalho problematiza esse processo atual de medicalização generalizada da população e apresenta dados de um estudo exploratório amostral que objetivou conhecer, através do exame de registros de prontuários, a trajetória dos usuários da porta de entrada do Pronto Atendimento até a prescrição de psicofármacos no âmbito de um Ambulatório de Saúde Mental de uma pequena cidade do oeste paulista. Nossos dados mostram que a maioria (65%) dos usuários já chega ao serviço sob prescrição prévia de psicofármacos e que, encaminhados à consulta psiquiátrica, praticamente todos (99%) recebem prescrição de psicofármacos.Palavras-chave: saúde mental, saúde pública, farmacoterapia. Trivializing the prescription of psychopharmacologic drugs in a mental health serviceAbstract: The development of modern psychiatric medications coupled with the wide range currently gained by preventive emphasis in mental health changed the practices of psychiatry, which is no longer focused on treating insanity but is also dedicated to treat any psychiatric suffering through the prescription of psychopharmacos. This study discusses the current process in which medication has been generalized, and presents the results of an exploratory study aimed to examine the patients' medical files, the trajectory of users since they enter the service to the prescription of psychiatric medication in the scope of a Mental Health Outpatient Clinic, in a town in the west of the São Paulo state, Brazil. Results revealed that most (65%) users already arrive at the service with previous prescription of psychiatric medications, and nearly all (99%) of them receive prescriptions of psychiatric medication once forwarded to psychiatric consultations.Keywords: mental health, public health, pharmacotherapy. La banalización de la prescripción de psicofármacos en un ambulatorio de salud mentalResumen: La conjunción del desarrollo de los psicofármacos modernos con el amplio alcance que asumió la énfasis preventiva en salud mental en la actualidad modificó las prácticas de la psiquiatría, que dejó de ser un saber vuelto exclusivamente al tratamiento de la locura para dedicarse la medicar cualquier manifestación de sufrimiento psíquico. El presente trabajo problematiza ese proceso actual de medicalización generalizada y presenta datos de un estudio de investigación amostral que objetivó conocer, a través del examen de registros de lista medica, la trayectoria de los usuarios de la puerta de entrada de la Lista Atención hasta la prescripción de psicofármacos en el ámbito de un Ambulatorio de Salud Mental de una pequeña ciudad del oeste paulista. Nuestros datos muestran que la mayoría (65%) de los usuar...
ResumoO presente artigo tematiza a Reforma Psiquiátrica Brasileira por meio do recurso metodológico de inspiração foucaultiana de aproximar-se de um tema pelos atuais conflitos que apresenta, examinar as posições em embate pela exploração de suas histórias constitutivas e, com base na compreensão crítica assim obtida, operar a desconstrução do estabelecido e dispor perspectivas alternativas. Dessa forma, a Reforma Psiquiátrica foi aqui abordada por meio da revisita à história constitutiva dos dois pólos que nela se defrontam: de um lado, a perspectiva hospitalar psiquiátrica de enfrentamento da doença mental, examinada como um aggiornamento do manicomialismo; do outro, o modelo da Atenção Psicossocial, em sua ênfase reformadora de acolhimento transdisciplinar à pessoa em sofrimento psíquico. À guisa de conclusão, propõe-se que esse enfrentamento pode ser entendido como o confronto entre uma forma de contenção de origem carcerária e um modelo de acolhimento historicamente forjado em lutas contra o autoritarismo e a opressão. Palavras-chave:Reforma Psiquiátrica Brasileira; Manicomialismo; Atenção Psicossocial. IntroduçãoPolêmica e controversa, a Reforma Psiquiátrica Brasileira pode ser compreendida como uma manifestação nacional do processo global, sempre diferenciado e característico em cada formação social, de desmonte da imensa estrutura manicomial que dispôs, desde o século XIX, a internação psiquiátrica como meio de enfrentamento dos aflitivos problemas relacionados à loucura e ao sofrimento psíquico. Entre nós, esse movimento reformista que tem como marco importante a Lei 10.216 de 2001, tem apresentado o modo de Atenção Psicossocial como perspectiva interdisciplinar de cuidado personalizado proposto aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como forma alternativa às internações em leitos psiquiátricos propugnadas pelo aggiornamento das posições manicomialistas da psiquiatria tradicional.Longe de pretender responder a toda complexidade envolvida nas perspectivas que se defrontam, este artigo tem o objetivo de tematizar a Reforma Psiquiátrica Brasileira por meio
RESUMO:A expansão da rotulação psiquiátrica não atinge apenas a população adulta, mas também as problemáticas relacionadas à infância têm sido capturadas pelos discursos e práticas do saber médico-psiquiátrico e transformadas em psicopatologias que tendem a ser tratadas com o principal recurso disponibilizado pela psiquiatria na contemporaneidade: os psicofármacos. este trabalho apresenta uma reflexão crítica sobre a expansão do diagnóstico de "transtorno de déficit de atenção e hiperatividade" (TDAH) em crianças e adolescentes e sobre a condução de terapêuticas medicamentosas que a tem acompanhado. concluí-se que os processos de psicopatologização da infância e de banalização da prescrição de psicofármacos estão relacionados à supervalorização da concepção biológica do sofrimento psíquico e a interesses econômicos dos grandes laboratórios farmacêuticos que por meio de diversas estratégias influenciam as práticas médicas, fatores que levam a exposição desses pacientes a possíveis efeitos colaterais e a riscos de estigmatização que devem ser considerados. Palavras-chave: Psicopatologização. Infância. Medicalização. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
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