A cárie dentária é uma doença crônica, multifatorial e caracteriza lesões ocasionadas após um desequilíbrio fisiológico entre a superfície do dente e fluidos da cavidade oral. A partir da alteração metabólica que ocorre na região do biofilme causada pela exposição a carboidratos fermentáveis, especialmente a sacarose, ocorre a queda do pH, propiciando a desmineralização do tecido dentário. Nesse processo, o açúcar também tem influência na atividade erosiva que é adquirida a partir da atuação química dos ácidos. Grande parte dos polivitamínicos comercializados contém a sacarose na sua formulação sendo capaz de contribuir para o desenvolvimento da doença cárie e em decorrência do pH inferior ao que se almeja na cavidade oral. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo evidenciar através de estudo comparativo in vitro a concentração de açúcar presente nos polivitamínicos em uma cidade no interior do Piauí e estimar a capacidade do desenvolvimento de lesões cariosas e erosivas, a fim de proporcionar conhecimento e conscientização sobre os medicamentos aos profissionais especializados na área pediátrica. A partir da análise realizada, comprovou-se que o potencial erosivo se apresentou em todos os compostos vitamínicos, no entanto, na composição de todos foi constatada a presença do açúcar, embora a bula de alguns deles tenham descrito o contrário. As soluções testadas apontaram pH em níveis considerados de risco para desmineralização dentária e potencial cariogênico relevante, apresentando variações entre os valores obtidos de cada medicamento. Na leitura das bulas, pôde-se constatar a ausência de descrição sobre o risco de desenvolvimento de cárie e erosão.