RESUMOOs remanescentes florestais da Mata Atlântica têm sofrido pressões antrópicas frequentes. Essas pressões são relacionadas, principalmente, ao desmatamento e aos incêndios florestais. Por isso, o objetivo deste artigo é o desenvolvimento de um mapa geoecológico de susceptibilidade à ocorrência de incêndios no Estado do Rio de Janeiro, na escala de 1:100.000. Para esta proposta, mapas de elementos funcionais e de estrutura da paisagem (forma das encostas, radiação solar, uso da terra e balanço hídrico) foram construídos. O estudo foi conduzido utilizando o método analítico integrativo e diferentes técnicas de geoprocessamento, como Modelos Digitais de Elevação e Sistemas de Informações Geográficas. Os mapas representam três diferentes períodos: anual, seco e chuvoso. Ademais, estes mapas foram validados por meio dos dados do sensor MODIS. Os resultados proporcionaram diferentes arranjos espaciais para a susceptibilidade por meio das classes designadas como alta, média e baixa, que tiveram boa correlação com os dados de validação.Palavras-chave: mapas geoecológicos, incêndios florestais, geoprocessamento. Geoecological Assessment of Wildfire OccurencePotentiality in the State of Rio de Janeiro ABSTRACTThe remaining Atlantic Forest has frequently suffered anthropogenic pressures. These pressures are mainly related to deforestation and wildfires. The purpose of this paper was to develop a geo-ecological susceptibility map of fire occurrences in the State of Rio de Janeiro at 1:100,000 scale. To this end, maps of landscape functions and structures (landforms, solar radiation, land use and water balance) were constructed. The study was conducted using analytical integrative approach and different geo-processing techniques, such as digital elevation models and geographic information systems. These maps represent three different periods: annual, dry and rainy seasons. Moreover, they were validated through the analysis of MODIS sensor data.Results showed different spatial arrangements provided by the susceptibility of classes designated as high, medium and low sensitivity, which correlated well with the validation data.
Os incêndios vêm modificando progressivamente a paisagem do Parque Nacional do Itatiaia (PARNA do Itatiaia). Sua freqüência reduz o número de árvores e facilita a propagação de espécies que dificultam a regeneração de outras plantas. Além disso, o fogo modifica o solo, com perda de nutrientes e possibilidade de erosão e compactação. O presente artigo busca diagnosticar e avaliar o estado de vulnerabilidade do PARNA do Itatiaia em relação à problemática dos incêndios através de um mapa geoecológico de potencialidade a ocorrência de incêndios, elaborado a partir de técnicas de geoprocessamento e do método analítico-integrativo. O mapa foi validado a partir da comparação com uma mancha de incêndio, onde foi evidenciada uma eficiência de 94,3%. Avaliando o mapeamento como um todo para o PARNA do Itatiaia, foi constatado uma predominância de áreas classificadas como de alta e média potencialidade, justificando a sua condição de uma das principais unidades de conservação a ser afetada por incêndios. O mapeamento geoecológico desenvolvido assume grande importância na medida em que localiza e caracteriza as áreas mais sensíveis a ocorrência de incêndios, possibilitando um melhor planejamento de prevenção, combate e controle de incêndios no PARNA do Itatiaia.
O presente trabalho avaliou a precisão vertical de Modelos Digitais de Elevação (MDEs), disponibilizados gratuitamente na internet (SRTM 1, ASTER, TOPODATA, SRTM 4 e o BRASIL em Relevo, da EMBRAPA), para duas áreas topograficamente distintas: uma área na região Amazônica, com relevo suave e a Área de Proteção Ambiental (APA) de Petrópolis, RJ, com relevo acidentado. O objetivo do trabalho foi realizar avaliações e comparações entre os dados gerados pelos modelos citados em termos de precisão e acuracidade vertical para as duas áreas de estudo propostas. Desta forma, a pesquisa consiste em, a partir dos resultados, encontrar os modelos com melhor desempenho, que poderão ser utilizados posteriormente em trabalhos e pesquisas que se desenvolvem a partir de informações altimétricas de confiança. A metodologia empregada segue as regras estipuladas pelo Padrão de Exatidão Cartográfico (PEC), apresentada pela CONCAR, nas escalas de 1: 50.000 e 1: 100.000, utilizando os modelos citados e pontos de validação. Os resultados mostraram que para ambas as áreas, os modelos atendem a classe A da escala 1: 100.000, exceto o modelo BRASIL em Relevo que, na APA Petrópolis, apenas alcançou a classe C da escala 1: 100.000. Na classe C da escala 1: 50.000, apenas os modelos SRTM 1 e SRTM 4 na APA Petrópolis apresentaram-se dentro dos parâmetros. Na mesma área, o modelo TOPODATA apresentou os melhores resultados, alcançando o PEC 1: 50.000, classe B. A fim de refinar os dados, uma vez que se trata de uma área de relevo acidentado, aplicou-se uma avaliação da declividade para a APA Petrópolis. Com isso, o modelo que mostrou os melhores resultados foi o TOPODATA (29,56% e 25,47%), com pontos de maior precisão no relevo forte ondulado e montanhoso.
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