A cardiomiopatia de Takotsubo (CMT) apresenta-se, normalmente, por hipocinesia, discinesia ou acinesia transitória do ápice do ventrículo esquerdo, com duração de até quatro semanas, desencadeada por estresse físico ou emocional. Com maior incidência entre mulheres pós-menopausa, consiste em uma síndrome clínica confundida com infarto agudo do miocárdio (IAM), devido aos achados clínicos e laboratoriais em comum. A cada 100 diagnósticos feitos de síndrome coronariana aguda, cerca de 2 tratam-se da CMT. Apesar de ter sido descrita em 1990 e exigir terapêutica distinta, ainda não há consenso internacional no que se refere aos critérios diagnósticos. Este artigo busca revisar as publicações dos últimos 30 anos sobre o tema em relação a epidemiologia, patogênese, manifestações clínicas, achados laboratoriais, critérios e métodos diagnósticos, enumerando medidas que permitam diferenciar IAM de CMT na prática clínica.
Introdução: A Síndrome de Cronkhite-Canada é uma, apesar de rara, importante causa de alopecia, além de alterações ungueais, cutâneas e gastrointestinais, podendo as últimas serem fator de risco para o desenvolvimento de câncer do trato gastrointestinal. É possível encontrar pólipos distribuídos por todo o trato gastrointestinal. Pouco se sabe sobre sua etiologia, mas são consideradas causas infecciosas, autoimunes, alérgicas e genéticas, podendo ter como fatores predisponentes o estresse físico e mental. Apresentação do caso: Homem, 63 anos, trabalhador braçal, comparece à unidade de pronto atendimento com quadro de diarreia, náuseas, vômitos e dor em região abdominal há 2 meses, associado a perda ponderal, hipogeusia, unhas quebradiças e queda de cabelo. Endoscopia digestiva alta demonstrou polipose acentuada em estômago e duodeno. A histologia do material analisado explanou hamartomas, leve infiltração de células inflamatórias eosinofílicas, edema submucoso e dilatação de glândulas mucosas. Discussão: A SCC Apresenta um prognóstico ruim com taxa de mortalidade que ultrapassa 50% devido a doença ser progressiva com curso variável, pois a sua etiologia ainda é desconhecida. O diagnóstico depende de características patológicas, clínicas e endoscópicas. Porém, o diagnóstico geralmente é atrasado devido à sua raridade e à falta de um algoritmo diagnóstico. Conclusão: recomenda-se que no atendimento de um paciente apresentando as alterações descritas acima, a SCC entre como hipótese diagnóstica e seja feita uma busca ativa com exames endoscópicos e histopatológicos na suspeita de anormalidade no padrão dos pólipos. Além disso, deve ser associado a um conhecimento dermatológico amplo.
Introdução: A escolha da posição do paciente na neurocirurgia é um processo que se baseia no sítio de intervenção e na prevenção de complicações, considerando-se a máximasegurança para o paciente. O posicionamento em prona está ligado a complicações transitórias e permanentes pouco discutidas. Método: Pesquisou-se os termos “pronação”,“decúbito ventral”, “prona”, complicações”, “intercorrências” e variações utilizado os operadores booleanos OR e AND, em diferentes estratégias. Resultados: Selecionou-se49 artigos, que relataram complicações hemodinâmicas, visuais, neurológicas, musculares e venosas, de caráter transitório ou permanente. As complicações estão associadastanto a aspectos da cirurgia, como movimentação adotada durante o procedimento, hipovolemia, hemorragia e tempo cirúrgico, quanto a comorbidades dos pacientes, como obesidade, hipertensão arterial e diabetes mellitus. Discussão: A posição prona exige observação dos fatores de risco, para escolha de posicionamentos alternativos, e, caso adotada, a monitorização do paciente, a fim de reduzir complicações. Conclusão: Nenhum posicionamento está destituído de riscos, sendo necessário conhecer as complicações a fim de se melhor avaliar a escolha do posicionamento. Palavras chave: Decúbito ventral, Neurocirurgia, Laminectomia, Cuidados pós-operatórios ABSTRACTIntroduction: The choice of patient positioning in neurosurgery is a process that is based on the intervention site and prevention of complications, in order to ensure maximumpatient safety. The prone position requires patient monitoring to reduce complications. Alternative positions must be considered if there are patient risk factors Method: Theterms “pronation”, “prone position”, “prone”, “complications” and variations were used with the boolean operators OR and AND in different strategies. Results: Forty-nine articles were selected that reported transient or permanent hemodynamic, visual, neurological, muscular and venous complications. Complications are associated with surgical aspects, such as movements adopted during the procedure, hypovolemia, hemorrhage, surgical time, and patients’ comorbidities, such as obesity, arterial hypertension, and diabetes mellitus. Discussion: The prone position requires patient monitoring to reduce complications. Alternative positions must be considered if there are patient risk factors. Conclusion: No positioning is without risks, and it is necessary to know the complications to better assess the positioning choice.Keywords: Prone position, Neurosurgery, Laminectomy, Postoperative care
Introdução: Devido à maior disponibilidade de exames de imagem, os tumores hepáticos estão cada vez mais presentes na prática clínica, tendo como o mais comum o hemangioma (5-20%) da população, com maior incidência em mulheres (5:1). Por ser comumente diagnosticado de maneira incidental, os hemangiomas gigantes podem cursar com sintomas condutores a suspeita. Apresentação do caso: MCRM, sexo feminino, 33 anos de idade, admitida no PS Ciams Urias Magalhães, com quadro de desconforto no abdome superior, sensação de plenitude. Negou comorbidades e uso de medicamentos. Estável hemodinamicamente, massa palpável em abdome. Tomografia de tórax evidenciou lesão de 7 cm em seu maior diâmetro, compatível com hemangioma. Discussão: o tratamento se mantém controverso. Atualmente, a conduta é expectante, exceto em casos de pacientes sintomáticos, tumores gigantes (>4 cm ), com complicações e desejo de engravidar. Nesses casos, o tratamento cirúrgico é indicado, sendo eles a ressecção hepática ou a hepatectomia. Conclusão: Geralmente, são tumores hepáticos benignos e assintomáticos, apesar de estarem sendo cada vez mais diagnosticados os hemangiomas gigantes. As complicações são raras, como rotura, abscesso, Síndrome de Kasabach-Merritt e icterícia por obstrução, ficando reservado o transplante hepático nesses casos mais graves.
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