Este estudo traz ao debate as formas de utilização dos termos recompensa e reconhecimento que, apresentados inicialmente como sinônimos, na literatura especializada e no discurso de gestores da área de Recursos Humanos, são distintos quando de sua aplicação prática no contexto organizacional. A pesquisa se alinha epistemologicamente ao paradigma de pesquisa interpretativista, tendo utilizado o método hermenêutico para interpretação dos dados colhidos por meio entrevistas em profundidade com onze executivos da área de Gestão de Pessoas. A análise permitiu compreender as recompensas como elementos direcionados para metas objetivas, quantificáveis, normalmente definidas e comunicadas com antecedência pela organização, cujos critérios explícitos de aferição obedecem a uma relação de troca normalmente impessoal, com reforço da motivação extrínseca e com maior impacto no controle do comportamento. O reconhecimento, por outro lado, apresenta-se como um elemento associado ao reforço dos valores organizacionais e centrado em atitudes e comportamentos, podendo ou não envolver resultados qualitativos e/ou quantitativos. Predominantemente pessoal e determinado a partir do julgamento relativamente subjetivo e discricionário, o reconhecimento é comunicado após o fato que lhe deu origem, reforçando a motivação intrínseca e possuindo pouco ou nenhum impacto sobre o controle do comportamento.