RESUMO: O trabalho objetiva (i) propor uma concepção relacional de letramento digital, alternativa às encontradas na literatura corrente, (ii) fundamentar a necessidade de tal concepção em uma análise sócio-histórica da relação entre inclusão, tecnologia e letramento, e (iii) ilustrar a utilidade de tal concepção para a pesquisa em inclusão digital no âmbito do campo aplicado dos estudos da linguagem. A fundamentação teórica abrange estudos sobre inclusão digital e letramento digital, teorias de letramento de cunho sócio-cultural e teorias de inclusão social com respeito às diferenças, todas, de alguma forma, postas em relação com a concepção dialógica da linguagem. Utilizam-se vinhetas de situações reais para ilustrar o poder operativo da teoria proposta. Concluise que a concepção de letramento digital defendida abre um campo alternativo de pesquisa em inclusão digital, mas exige um posicionamento ético condizente com uma concepção de inclusão fundada na agentividade e na autonomia dos sujeitos na transculturalidade. PALAVRAS-CHAVE: letramento digital; alfabetização digital; inclusão digital; globalização.ABSTRACT: The aims of this paper are (i) to propose a relational concept of digital literacies as an alternative to the ones found in the current literature, (ii) to justify the need for such a conception on the grounds of a socio-historic analysis of the relations among literacy, technology and inclusion, and (iii) to illustrate the usefulness of such a conception for research on digital inclusion within the field of applied language studies. The theoretical foundations comprise studies in digital literacies and digital inclusion, sociocultural theories of literacy, and multicultural theories of social inclusion, all of which are brought to relate to the dialogic conception of language. Vignettes taken from real situations are used to illustrate the operative potential of the theory. It is concluded * O presente trabalho foi realizado com o apoio do UOL (www.uol.com.br), através do Programa UOL Bolsa Pesquisa, processo número 20060509140453a.
RESUMO: Busca-se construir uma perspectiva relacional e crítica para os novos letramentos/letramentos digitais no campo das discussões correntes sobre inclusão digital e inovação tecnológica. Parte-se da tríade geradora dos sentidos para inclusão na modernidade tardia, a saber, (des)igualdade, diferença, (des)conexão. Examinam-se teorias contemporâneas de apropriação tecnológica, assim como dois modelos de inovação tecnológi-ca, ditos ascendente e descendente, em relação a essa tríade. Resultados desse exame são propostos como fundamentação para uma análise crítica de propostas de inovação pedagógica em torno das novas tecnologias, em especial da assim chamada Web 2.0. Palavras-chave: Novos Letramentos; Inclusão Digital; Apropriação Tecnológica; Inovação. DIGITAL CULTURE AND TECHNOLOGICAL APPROPRIATION: REFERENCES TO AN EDUCATION 2.0 ABSTRACT:This article focuses on the theoretical development of a relational and critical perspective of new literacies/digital literacies framed by current issues in digital inclusion and technological innovation. It sets off from the notion that inclusion in late modernity is generated in a conceptual space bound by the triad inequality, difference, disconnection. Current theories and models (bottom-up and top-down) of technological innovation are looked into and are related to the inequality, difference, disconnection triad with a view to informing a critical analysis of technology-based educational innovation and, especially, the so-called Web 2.0.
Remix e mashup designam formas textuais, técnicas de produção e métodos criativos que se desenvolveram em conjunto com as técnicas analógicas de reprodução de obras musicais e cinematográficas no século XX. No âmbito da cultura digital, em face da automação de processos de edição e montagem, e da maior agilidade na recuperação e circulação de acervos midiáticos em escala global, remix e mashup difundiram-se como elementos centrais de práticas discursivas que vão desde o puro entretenimento até a participação cívica, passando por diversas formas de produção de conhecimento. O presente trabalho busca contribuir para uma inserção mais significativa de remix e mashup no rol dos objetos de estudo em Linguística Aplicada de duas formas. Inicialmente, apresenta um estado da arte em que mostra as diversas concepções e ramificações de remix e mashup já estabelecidas na literatura, ressaltando as diferenças mais relevantes entre ambos. Em seguida, apresenta uma proposta taxonômica que abrange remix e mashup enquanto produtos textuais, técnicas de produção e métodos de criação, e situa os seus diferentes tipos no quadro geral das relações transtextuais como as que os linguistas aplicados já estão acostumados a lidar. Em conclusão, relembra-se que a presente proposta não faz mais do que estender para o âmbito da cultura digital uma longa tradição de estudos sobre a força do hibridismo nas dinâmicas culturais e seu potencial para a formação de cidadãos críticos capazes de protagonizar transformações sociais.
O presente texto busca articular o conceito de letramento (digital) com fundamentos da Teoria Ator-Rede, para refutar dois discursos dominantes sobre as (novas) tecnologias da escrita: o do determinismo tecnológico e o do neutralismo. Toma da referida teoria o axioma da inseparabilidade entre tecnologia e sociedade, assim como entre natureza e cultura. Propõe, a partir de conceitos-chave que derivam do axioma, uma concepção de letramento (digital) como rede heterogênea, constituída de associações entre humanos e não-humanos que, de forma simétrica, negociam interesses e interpretações. Aplica tal concepção a dados recuperados de uma pesquisa anterior, realizada sob outro enfoque teórico, com vistas a avaliar o poder explicativo da Teoria Ator-Rede no que tange a relação entre global e local em práticas "situadas" de letramento (digital).
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