A fim de compreender o papel da educação católica na sociedade brasileira é importante voltar para a instrução de crianças pobres na Igreja. O conceito de caridade deve ser expandido do principio tomista da justiça distributiva para o conceito de educação e de instrução. A escolarização de pobres fundamenta-se em documentos da Igreja e em práticas ligadas, ou não, à hierarquia católica. Houve escolas paroquiais, de Irmandades leigas, de asilos de órfãos, de ordens religiosas masculinas ou femininas, além da participação de pobres nas escolas particulares. Esse artigo baseou-se em jornais das décadas de 1870 a 1920 e na literatura disponível. Na perspectiva da temporalidade histórica de Paul Ricoeur, busca relacionar a “tradição” católica e a introdução da educação escolar voltada para os desprovidos de meios próprios nas ausências do Estado no Rio de Janeiro.
RESUMO.A releitura da centenária Carta Pastoral de saudação de D. Leme aos seus diocesanos na arquidiocese de Olinda, em 1916,permite compreender, a partir de aspectos históricos e historiográficos, a composição entre ultramontanismo e tradicionalismo no texto de forte viés político, no qual o arcebispo pretendia um projeto de instrução religiosa sobre o povo católico. A análise situa alguns aspectos do texto nas questões educacionais e ideológicas do período de sua produção, destacando a separação entre educação e instrução havida no texto. O referencial teórico no conceito de temporalidade de Paul Ricoeur, além dos fundamentos da filosofia da história desse autor, por sua vinculação fenomenológica, permitiu uma compreensão específica das propostas do arcebispo. Tratou-se de um estudo bibliográfico no qual a Carta Pastoral é um documento e um vestígio daquele tempo, estudada com algumas encíclicas papais, também tratadas documentalmente.Palavras-chave: igreja e educação, história da educação, Primeira República, educação e instrução.A political project by instruction: a hundred years of the Pastoral Letter of D. Leme ABSTRACT. The rereading of the centennial Pastoral Letter of greeting from D. Leme to diocesans in the Archdiocese of Olinda, in 1916, allows to understand, from historical and historiographical aspects, the composition between ultramontanism and traditionalism in the text of strong politicalbias, in which the archbishop intended a project of religious instruction for the catholicpeople. The analysis points out some aspects of the text in the educational and ideological issues of the period of its production, highlighting the separation between education and instruction in the text. The theoretical framework in the concept of temporality of Paul Ricoeur, beyond the beddings of the philosophy of the history of this author, for its phenomenological entail, allowed a specific understanding of proposals of the archbishop. It was about a bibliographical study in which the Pastoral Letter is a document and a vestige of that time, studied along with some papal encyclicals, also treated documentarily.Keywords: church and education, history of education, First Republic, education and instruction.Un proyecto político vía instrucción: 100 años de la Carta Pastoral de D. Leme RESUMEN. La relectura de la centenaria Carta Pastoral de saludo de D. Leme a sus diocesanos en la archidiócesis de Olinda, en 1916, permite comprender, a partir de aspectos históricos e historiográficos, la composición entre ultramontanismo y tradicionalismo en el texto de fuerte propensión política, en el cual el arzobispo pretendía un proyecto de instrucción religiosa sobre el pueblo católico. El análisis sitúa algunos aspectos del texto en las cuestiones educacionales e ideológicas del período de su producción, señalando la separación entre educación e instrucción contenida en el texto. El referencial teórico en el concepto de temporalidad de Paul Ricoeur, además de los fundamentos de la filosofía de la historia de este autor, por su v...
O conceito de espiritualidade laica pode permitir um espaço na educação escolar para tratar de questões que, por serem públicas e de foro privado, envolvem a vida cotidiana nas mais diversas facetas, incluindo a política, as relações sociais e culturais, por isso precisam ser convenientemente tratadas. Ensaiar, pois, uma abordagem educacional dessa relação é importante em nosso momento histórico no qual a vida social e política são assaltadas por certa religiosidade ou crença. A partir da leitura de um historiador e três filósofos, o texto procura definir uma espiritualidade não apenas laica, mas que possibilite o diálogo entre o laico, o ateísta, o agnóstico, o religioso etc. Para tanto, aposta-se na filosofia e procura encontrar pistas para a ação pedagógica. Conflui o conceito para a existência de determinações históricas, culturais e existenciais e destaca apontamentos para a educação nos quais se admite uma pluralidade de espiritualidades. Palavras-chave: Espiritualidade laica; educação laica; educação e espiritualidade. What is spirituality and how we can approach it in the school environment Abstract: The concept of secular spirituality can allow a space in school education to deal with issues that, being public or private, involve daily life in the most diverse facets, including politics, social and cultural relations, and therefore need to be conveniently dealt with. Rehearsing, therefore, an educational approach to this relationship is important in our historical moment in which social and political life is assaulted by a certain religiosity or belief. Based on the reading of one historian and three philosophers, the text seeks to define a spirituality that is not only secular, but one that enables dialogue between the secular, the atheistic, the agnostic, the religious, etc. To this end, it relies on philosophy and tries to find clues for pedagogical action. It makes the concept converge to the existence of historical, cultural, and existential determinations, and highlights notes for education in which a plurality of spiritualities is admitted. Key-words: Secular spirituality; secular education; education and spirituality. Qué es la espiritualidad y cómo podemos abordarla en el ámbito escolar Resumen: El concepto de espiritualidad laica puede permitir un espacio en la educación escolar para abordar temas que, siendo públicos y privados, involucran la vida cotidiana en las más diversas facetas, incluyendo la política, las relaciones sociales y culturales, por lo que requieren ser tratados convenientemente. Ensayar, por lo tanto, una aproximación educativa a esta relación es importante en nuestro momento histórico en el que la vida social y política se ve asaltada por una determinada religiosidad o creencia. A partir de la lectura de un historiador y tres filósofos, el texto busca definir una espiritualidad que no solo sea laica, sino que posibilite el diálogo entre lo laico, lo ateo, lo agnóstico, lo religioso, etc. Para eso, apuesta por la filosofía y busca encontrar pistas para la acción pedagógica. Hace converger el concepto a la existencia de determinaciones históricas, culturales y existenciales y destaca notas para una educación en la que se admite una pluralidad de espiritualidades. Palabras llave: Espiritualidad secular; educación laica; educación y espiritualidad Data de registro: 27/05/2022 Data de aceite: 17/08/2022
Em Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, no ano de 1896, os franciscanos criaram uma escola paroquial étnica para os filhos de antigos colonos alemães vindos décadas antes para o país, em 1843. Com uma pedagogia de base intuitiva, atuaram em prol de uma obra católica e caritativa de promoção social e religiosa de meninos pobres. Lutando contra os protestantes, a laicização republicana, o liberalismo político e outras expressões filosóficas e políticas na sociedade urbana, deram forma a sua atuação recebendo dos ricos e do Estado aporte financeiro para empreender, mas, sobretudo, adquirindo autonomia de ação com o estabelecimento de fontes próprias de mantença. Sua atividade estava em consonância com o neotomismo de Leão XIII e sua ideia de caridade expandida sobre o tema da instrução escolar. Revela a inexistência do direito social à educação, mas explicita a busca pela difusão da escola entre os mais pobres. A pesquisa baseia-se em informações jornalísticas, tomados os periódicos como fontes numa perspectiva da compreensão de um movimento social, a partir da colocação na esfera pública das questões institucionais. Os referenciais teóricos ligam-se a Carvalho (2015) e Marshall (1967) com a ideia de direito social, e a Ricoeur (2010), em sua filosofia da história.
Este relato de experiência está calcado numa compreensão existencial da passagem do estudante nos primeiros períodos do curso de pedagogia e licenciaturas, dotando o estudante não de arsenal conteudístico, mas de habilidade para a reflexão crítica pautada pela filosofia, desenvolvendo no mesmo um sentido de autonomia e protagonismo. É o estudante quem pensa suas questões, não o filósofo, tampouco o professor. Desse modo, propõem-se atividades presencias com algumas em “ambiente virtual”. Iniciando por “perguntas cretinas” e orientações de como estudar pela leitura, o estudante é conduzido por uma metodologia fenomenológica a expressar sua reflexão balizada pela observação cuidadosa, perspectiva dialética e abertura ao outro. Tem em Paulo Freire um guia nativo e na filosofia da existência alguns fundamentos. Estimula a expressão autoral, seja escrita ou de outra linguagem e, sobretudo, a individuação dos temas abordados na questão do educar, embora com alternância entre tarefas individuais e coletivas.
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