No contexto da modernidade líquida ou da hipermodernidade os conceitos geográficos de espaço, território e comunidade estão num processo de mudança. A par da identidade estes são definidos pela sua fragmentação, instabilidade, ambivalência, hibridismo e de multipertenças, onde se misturam escalas, dimensões, fluxos, direções e nós de ligação. Com efeito, as novas tecnologias de informação e de comunicação, onde se incluem as redes sociais online, são exemplos de meios e mecanismos que favorecem o aparecimento de novas sociabilidades, espacialidades e temporalidades, de onde a religião não se exclui. Neste campo, a Igreja Católica, propõe a sua incorporação nas práticas e experiência de fé, balançando entre uma perspetiva otimista da utilidade das redes virtuais e da propagação do território de fluxos e das comunidades religiosas extraterritoriais e uma perspetiva menos otimista face à primeira, da necessidade de reforço do poder dos lugares sagrados e das relações presenciais "face a face" numa comunidade física.

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sem resumo

Os midia, as novas tecnologias e as redes sociais, encontram-se no epicentro da comunicação que tanto pode promover valores religiosos de partilha, cooperação e afetividade civilizacional, como podem ser instrumentalizados por leituras mais radicalizadas que apelam a atitudes identitárias extremistas. Este é o domínio dos grupos terroristas que assentam a sua ideologia em leituras enviesadas dos textos sagrados e promovem mensagens de violência e ódio. A resposta a esta radicalização deve passar também pela comunicação e por uma diplomacia cultural que promova a paz.