Estimaram-se parâmetros para planejamento e programação da oferta de procedimentos para rastreamento, investigação diagnóstica e tratamento de lesões precursoras do câncer do colo do útero e, com base nessas estimativas, avaliou-se a adequação da produção nacional dos procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2017. As estimativas foram calculadas utilizando como referencial as condutas preconizadas nas diretrizes nacionais para o rastreamento. Os dados referentes aos exames de rastreamento foram obtidos no Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero, e os dados de seguimento, em prontuários médicos de uma unidade de referência em patologia cervical. A produção nacional dos procedimentos foi obtida a partir de dados dos Sistemas de Informações Ambulatoriais e Hospitalares do SUS. Para cada cem mil mulheres na faixa etária alvo do rastreamento (25-64 anos), estimou-se a necessidade anual de 44.134 exames citopatológicos, 1.886 colposcopias, 275 biópsias, 236 excisões tipo 1 e 2 ambulatoriais, 236 excisões tipo 2 e 3 hospitalares e 39 encaminhamentos para alta complexidade para realização de cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia. Aplicando-se os parâmetros estimados ao número de mulheres rastreadas no Brasil em 2017, identificou-se déficit de todos os procedimentos para o seguimento adequado das mulheres com alterações, variando de 7% nas colposcopias a 74% nas excisões tipo 3. Os resultados apontam necessidade de ampliar e qualificar a oferta de procedimentos da linha de cuidado do câncer do colo do útero. Os parâmetros estimados poderão subsidiar gestores na programação e implementação de programas de rastreamento organizado.
Objetivo: analisar indicadores de monitoramento do rastreamento do câncer de mama na população feminina usuária do Sistema Único de Saúde, Brasil, no período 2018-2019. Métodos: estudo descritivo, a partir do Sistema de Informação do Câncer; foram calculados indicadores de rastreamento após relacionamento determinístico das bases de dados de mamografia e histopatologia. Resultados: em 2018, 807.430 mulheres na faixa etária de 50-69 anos foram rastreadas e dessas, 91% apresentaram resultado benigno, 1,8% provavelmente benigno, 6,7% inconclusivo e 0,5% sugestivo de câncer; a taxa de mamografia positiva foi de 9,0%; estimou-se indicação de biópsia para 1,6% das mulheres, resultado maligno para 33,9% delas, e taxa de confirmação de câncer de 5,4 por 1000 mulheres. Conclusão: identificou-se elevada perda de seguimento das lesões benignas; a taxa de mamografias positivas foi inferior ao parâmetro internacional; contudo, a taxa de detecção de câncer foi adequada, e o percentual de mamografias inconclusivas aceitável.
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