Este artigo discute a colonialidade do poder e suas repercussões nas práticas de violências que predominam nos territórios da escola brasileira, como resultado histórico dos processos de colonização impostos à sociedade brasileira, com base no pensamento de Abramovay (2006), Bomfim (2013), Gomes (2005), Jares (2010), Quijano (2005), Santos (2010) e outros. As formas de violências na escola refletem o modelo de educação eurocêntrica originado do capitalismo. A violência colonial epistêmica reproduz a “invenção do outro” nos marcos da apropriação/violência pela igualdade invisível como assimilação e pela diferença na forma de inferiorização. Este estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico que aponta a Cultura de Paz como possibilidade de mediação de conflitos. Defendemos o enfretamento de conflitos como princípio educativo de descolonização das formas de violências que se reproduzem nas relações de poder e de saber no contexto escolar e no conjunto da sociedade. Esse itinerário epistemológico aponta para a necessidade de construção de uma política de Cultura de Paz na escola como concepção alternativa aos métodos autoritários e excludentes impressos na educação contemporânea; reconhece os sujeitos presentes na escola como forças produtoras de novas práticas educativas; questiona a paz como pacificação coercitiva. Nesse sentido, pauta-se que a colonialidade do poder e do saber eurocêntrico tem imposto um padrão de escola, de educação e de invenção do outro. Essa realidade vem reproduzindo discriminações, preconceitos, desigualdades, inferiorização dos sujeitos e atos de violências físicas, simbólicas e culturais, impedindo que a escola cumpra seu papel social de justiça e emancipação.
Maria do Carmo Alves do Bomfim 3 ResumoEste artigo estuda a relação entre a liguagem crítico-reflexiva e a educação popular como possibiliades de descolonização dos saberes docentes. Apresenta resultados parciais de uma pesquisa de doutorado, de natureza qualitativa, a qual tem como objetivo evidenciar a complexidade que permeia o processo formativo e a prática de professores que atuam no âmbito da educação popular, tendo em vista que é um campo que envolve diferentes contextos e saberes diversos. Nesse sentido, é importante que os professores se reconheçam como sujeitos aprendentes que se constroem nas relações como seres humanos e como profissionais. Assim, pensar esse processo significa reconhecer o professor como sujeito histórico e social, edificado por meio de contextos também históricos e socialmente construídos e imbricados por inúmeras possibilidades que exigem posições efetivas frente à educação atual. Para tanto, utiliza como subsídio teórico autores como: Giroux (1997), Gonçalves (2006), Liberali (2010), Sousa (2009), Tardif (2002, entre outros. Como resultado parcial da pesquisa, destaca-se que para se alcançar uma formação docente que atenda às exigências atuais da educação popular se faz necessária a edificação de mecanismos que promovam uma atuação crítico-reflexiva, significativa e transformadora, a qual relacione teoria e prática dialogicamente. Ressalta-se também que é preciso considerar alguns fatores, como a implementação de princípios éticos que promovam a autonomia, a responsabilidade, a solidariedade, além de adotar uma concepção de educação norteada pelos direitos humanos, pela mediação de conflitos, com foco na convivência humana subsidiada por uma educação de paz, a qual busca a função social e humana do ensino.Palavras-Chave: Educação Popular. Formação Docente. Saberes Docentes. Linguagem Crítico-Reflexiva. CRITICAL-REFLECTIVE LANGUAGE OF POPULAR EDUCATION IN DECOLONISATION OF TEACHERS' TRAINING AND KNOWLEDGE AbstractThis paper studies the relationship between critical and reflective liguagem and popular education as possibiliades decolonization of teaching knowledge. Presents the results of a doctoral research, qualitative, which aims to show the complexity that permeates the training process and the practice of teachers who work in popular education, with a view that is a field that involves different contexts and diverse knowledge. Therefore, it is important that teachers recognize themselves as subjects learners that build relations as human beings and as professionals. So, think this process is to recognize the teacher as historical and social subject, built by historical contexts and also socially constructed and interwoven by numerous possibilities that require effective positions against the current education. We also use as a theoretical allowance authors
Estudos recentes têm enfocado a cultura juvenil, entretanto há lacunas quanto aos desejos dos jovens. O presente estudo registra resultados de pesquisas do Observatório de Juventudes, Cultura de Paz e Violências na Escola – OBJUVE da Universidade Federal do Piauí, especificamente sobre as práticas dos grupos de Hip Hop Vida na Periferia “Vida P” e Movimento pela Paz na Periferia “MP 3” e outra pesquisa sobre “Juventudes, Mídias e Violências”, objetivando compreender as mediações formativas na construção das identidades das/os jovens envolvidas/os em práticas em tais práticas de sociabilidades. São referências teóricas desse trabalho os estudos de Adad (2004), Fischer (2008), Catani e Gilioli (2008), Bomfim (2006), Sposito (2003) dentre outras, que foi operacionalizado por meio de observação nos espaços onde se encontravam os sujeitos dessas pesquisas e de aplicação de questionário com perguntas abertas e fechadas. Como resultados podemos registrar que as identidades dos/as jovens da periferia de Teresina são construídas em meio a grupos de amigos, dos movimentos de que participam e de colegas do espaço escolar através de atividades culturais específicas (cine-periferia, teatro, danças etc.) mediadas por ações formativas planejadas. Não obstante essa formação, os/as jovens sofrem forte influência de atrativos para consumo mercadológico via instituições midiáticas, além de reforçarem práticas de violência.
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