Introdução: A sífilis gestacional representa um grave problema de saúde pública e, quando não tratada ou tratada inadequadamente, está associada a complicações perinatais, como aborto espontâneo, morte fetal ou neonatal precoce ou, ainda, sequelas perinatais. Segundo o Ministério da Saúde, a incidência de sífilis congênita no Brasil triplicou entre 2009 e 2015. A transmissão pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença materna. Os principais fatores que determinam a probabilidade de transmissão vertical da sífilis são o estágio da doença na mãe e a duração da exposição do feto no útero. O pré-natal é o único momento possível para a identificação e redução dos riscos, por meio da triagem sorológica e do tratamento adequado da gestante e parceiros. Para isso, o acesso, a utilização e a qualidade dos serviços de saúde são essenciais para a captação precoce das gestantes e para o acompanhamento gestacional. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis gestacional no estado do Rio de Janeiro no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo descritivo com dados secundários referentes à sífilis gestacional no estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, e as variáveis selecionadas foram: faixa etária, raça, classificação clínica, escolaridade, teste treponêmico e idade gestacional do diagnóstico de sífilis. O programa Microsoft Excel foi utilizado para a tabulação e análise de dados. Resultados e conclusão: No período de 2017 a 2021, foram notificados 43.063 casos de sífilis gestacional no estado do Rio de Janeiro. No intervalo compreendido até 2020, houve uma curva crescente dos registros da doença, com 18,46% em 2017, 21,74% em 2018, 23,15% em 2019 e 26,60% em 2020. Mesmo com as restrições ocasionadas pela pandemia do COVID-19, 2020 teve a maior taxa de diagnósticos comparado aos anos anteriores avaliados. Mulheres de 20–39 anos representaram 70,45% das notificações. Quanto à raça, as gestantes pardas foram a maioria (46,63%), seguidas das pretas (21,47%). Grávidas com ensino médio completo somam 15,68% dos casos. O teste treponêmico foi reativo em 77,44% dos casos. Das mulheres que receberam o diagnóstico de sífilis, estavam no 1º trimestre da gestação 40,97%, no 2º trimestre 21,58%, e, no último, 27,27%. Grande parte dos registros com relação à classificação clínica da sífilis nessas pacientes foi de sífilis latente (37,72%), seguida de classificação ignorada/em branco (26,25%) e sífilis primária (19,21%). Dessa forma, diante da alta prevalência de sífilis em gestantes no estado do Rio de Janeiro, são fundamentais a análise e o conhecimento do perfil epidemiológico da doença nessa população para que novas estratégias sejam traçadas, a fim de reforçar as medidas preventivas, além de oferecer rastreio e tratamento adequado ainda na fase inicial.

Leiomyomas are benign tumors which have a high prevalence in the gynecological routine and great economic impact on the health system. Embolization of the uterine artery represents a less invasive therapeutic proposal in the management of myomatosis, but it still faces resistance in its use, especially in women with a desire to become pregnant in the future. In the literature, there is documentation on the safety and efficacy of EAU in the short term, but further studies are needed on its long-term effects, especially in relation to fertility, since there is a risk of damage to the utero-ovarian collateral circulation and consequent local change in blood flow. during the procedure. The aim of the study is to report the case of gestational success after the approach of myomatosis by uterine artery embolization. The work consists of a descriptive study of the case report type, followed at the Centro de Mioma, RJ, and is based on the analysis of medical records. Due to limited studies on the effects of EAU in the long term, it was not possible to establish the superiority or advantage of the EAU in relation to other therapeutic methods, as well as it was impossible to identify individual and/or external factors that contribute to a greater chance of the patient to preserve her fertility. More scientific studies are needed to assist in choosing the most beneficial invasive leiomyoma treatment method for each woman, especially nulliparous women.