Este artigo traz como objetivo investigar a participação de mobilizadores de culturas negras na produção do conhecimento afro-brasileiro, abordando vivências de estudantes e egressos do Colégio Estadual José Araújo Pereira (CEJAP), que desenvolvem tais projetos no município de Gongogi/BA. Fundada no método etnográfico, o estudo aponta a necessidade de ações voltadas para os estudos de ancestralidade e produção de conhecimentos afro-brasileiros no contexto de culturas locais como produção de conhecimento escolar, através da elaboração de projetos interdisciplinares, em parceria com grupos de matrizes africanas, movimentos sociais e comunidade acadêmica.
O artigo aborda a relação entre crianças de terreiro e os seus etnosaberes produzidos no universo dos cosmosentidos do candomblé. Enquanto religião de matriz africana onde a biointeração é um dos princípios basilares, o candomblé e seu universo apresentam uma extensa gama de saberes tradicionais que são construídos e vividos no cotidiano. Compreender como as crianças de terreiro produzem seus conhecimentos traz consigo o intento de pensar a infância e seu poder criativo através de uma afroperspectiva onde a multidimensionalidade, multirreferencialidade e a polissemia do saber se mostram a todo momento, nas ideias nascentes vividas, por exemplo, quando as crianças exploram o território do terreiro com a astúcia de quem conhece o que nós, adultas e adultos, não conhecemos. Na produção desenhística das crianças e nas suas narrativas é possível aprender sobre etnosaberes, cultura e ancestralidade através de itans, orikis e neolinguagens próprias dos seus universos simbólicos onde imagens e rituais didáticos unem teoria e prática, sensível e racional. Ademais, as crianças apresentam um caleidoscópio inventivo de saberes como guias para outros caminhos e possibilidades educacionais a luz das relações étnicas.
O objeto de estudo deste artigo é conhecer as plantas medicinais da cultura afro-brasileira utilizadas pelos comunidade da Fazenda Velha no município de Jequié/BA, bem como identificar suas as várias formas de uso. O presente trabalho propõe-se a contribuir com os estudos que envolvem as plantas empregadas na medicina popular ou tradicional. Os dados obtidos por este trabalho demonstram que aspectos culturais, históricos e religiosos influenciam no uso de plantas medicinais pelos moradores da comunidade Fazenda Velha, assim como também evidenciam o papel sacral e terapêutico desempenhado por estas plantas na referida comunidade devido ao valor simbólico atribuído às plantas neste ambiente e às atividades biológicas relacionadas aos princípios ativos que as plantas citadas pelos participantes da pesquisa possuem.
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