ResumoA discussão engendrada neste artigo versa sobre as possíveis relações entre os discursos veiculados na mídia televisiva sobre a atenção à saúde, enfocando mulheres que fazem uso de crack e na reprodução do "novo racismo" -expressão empregada no campo dos Estudos Críticos do Discurso. Ainda, observamos as possíveis interlocuções do novo racismo com os discursos relacionados aos direitos sexuais e reprodutivos. Trata-se de um levantamento de documentos de domínio público, que tem como referencial teórico-metodológico os Estudos Críticos do Discurso, assim como os pressupostos da Psicologia Social Crítica em articulação com os Estudos de Gênero. Concluímos que quando o discurso midiático em foco, transmissor da ideologia das elites simbólicas, aborda as mulheres que usam crack na gravidez como um problema social desvinculado do contexto histórico, político e sociocultural, reproduz um novo racismo. Em virtude do caráter de legitimidade dos meios de comunicação de massa, as atitudes racistas são compartilhadas na sociedade, aprofundando-se, assim, as iniquidades sociais e as discriminações de gênero.
Objective: To understand the meanings of psychiatric hospitalization for the patients of a Psychosocial Care Center. Methodology: Qualitative research with phenomenological approach. The scenario was a Psychosocial Care Center in the south of Brazil, from January to March 2010. 10 patients were interviewed with the guiding question: Tell me how it was for you to be admitted to a psychiatric inpatient unit. Were used hermeneutics analysis and Foucault's thinking. Results: Two themes were revealed: perception of hospitalization in a psychiatric unit: hospital as the place of mental patient, feelings and relations with others; perception of the healthcare team: work routine and conduct of the healthcare team. Conclusion: With the phenomenon unveiled, it was possible to realize that psychiatric hospitalization is experienced by ambiguity.
O objetivo desta pesquisa foi (re)construir as práticas de consumo de crack em mulheres a partir de pesquisas empíricas realizadas no contexto brasileiro e sustentadas na categoria analítica "gênero". Trata-se de um estudo quantitativo-descritivo, de revisão teórica de 30 publicações em duas bases de dados, no período aproximado de 15 anos. A análise foi desenvolvida em duas etapas. Etapa 1: estatística descritiva, recorrendo ao software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para identificar as características gerais dos artigos (variáveis quantitativas e variáveis qualitativas). Etapa 2: análise qualitativa com base na categoria analítica "gênero". Foi observado que a maioria dos artigos reconhece as mulheres como uma população específica que consome crack, no entanto a maioria deles não olha para a relação mulheres/crack através das lentes da categoria analítica "gênero". Foi notado que essa relação é basicamente considerada como um problema de saúde e não como uma questão psicossocial.
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