LAGO, N. B. Journeys of visiting and fighting: Tensions, relations, and relatives' movements on the outskirts of prison. Tese (Doutorado)-Faculdade de Filosofia,
This study seeks to understand the elaborations produced by women in prison seeking to connect the worlds inside and outside prison. The research presents four main characters to discuss that imprisonment deeply changes the ways in which women continue those previously established relations, but not completely cut off those relations and promotes other, previously nonexistent. Gender is a central marker to understand the positioning of these women to establish specific expectations and performances, and is articulated to the social situation of these women, poor. The joints between the markers are alluded throughout the work with the speeches that the characters produce about family and their relationships. Such formulations help to situate them in the prison world and link the experience of prison with the life on the street, in relation to the previous incarceration and to the expected future period.
Resumo Proponho, neste trabalho, uma reflexão teórico-metodológica que trata da pesquisa sobre prisões desde o lado de “fora”. Argumento que as pessoas (em sua maioria mulheres) que visitam esposos e filhos privados de liberdade são parte crucial na conformação da prisão extramuros. As relações que as “mulheres de preso” estabelecem com seus familiares, produzidas e mediadas pela prisão, demandam que elas atravessem as fronteiras prisionais para abastecer os presos com alimentos, roupas, cuidados e informações. Esse processo envolve trânsitos entre cidades, redes de solidariedade, confianças, desconfianças e discussões que ocorrem nas filas na porta da prisão e nas hospedarias que abrigam mulheres no período de visitas. A pesquisa de campo que informa este artigo se desenvolve em uma dessas hospedarias e na porta de uma prisão, contribuindo para a perspectiva de que os esforços analíticos sobre a prisão devem considerar os seus movimentos do lado de “fora”. As conversas entre mulheres, visitas e antropóloga também indicam articulações com gênero e sexualidade em relação aos desafios etnográficos que envolvem as muitas tensões em campo.
Resumo O artigo discute algumas das relações entre mães e processos de Estado, tendo em vista sobretudo os movimentos de mães e familiares de vítimas de violência institucional, as análises inaugurais a esse respeito nas ciências sociais brasileiras, as implicações dessas mães e familiares nas políticas de produção de conhecimento e na crise democrática que atravessamos. Na primeira parte do artigo, retomamos pesquisas fundamentais que constituíram o campo de estudos que pensa desde a perspectiva do envolvimento de mães em movimentos de reivindicação por direitos e justiça. A segunda parte do artigo propõe-se à apresentação de alguns dos desdobramentos, em nossas próprias pesquisas, desse envolvimento e da produção de um conhecimento compartilhado entre pesquisadoras e o que se denomina usualmente como “interlocutoras”. A última parte do artigo discute a posicionalidade dos movimentos de mães e familiares de vítimas de violência junto ao que se tem chamado de “crise democrática brasileira”. Com isso, buscamos oferecer uma contribuição para o campo de pesquisas que se voltam, já há algum tempo, à produção recíproca entre gênero e Estado.
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