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Estudos acerca da violência conjugal apontam possível associação entre a ocorrência do fenômeno e as experiêcias na família de origem. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura nacional e internacional, no período de 2006 a 2011, no que tange à temática. A partir de um levantamento dos artigos indexados nas bases de dados Academic Search Premier, ISI Web of Knowledge, MEDLINE, Lilacs e SciELO, com a utilização dos descritores "'family of origin' or 'intergenerational transmission'" and "'marital violence' or 'partner violence'", foi identifi cado um total de 120 artigos disponibilizados por apenas duas bases de dados. Para a análise, foram considerados todos artigos com textos completos, disponíveis no formato online e oriundos de revistas acadêmicas. Excluídas as repetições, totalizaram 62 artigos. Eles foram descritos de acordo com o ano de publicação, país, objetivo, delineamento metodológico, participantes, instrumentos e principais resultados. Os resultados apontam para preponderância de produção internacional, merecendo destaque os EUA (62,91%). No Brasil, foram identifi cadas apenas duas produções acadêmicas, evidenciando importante lacuna na literatura nacional. Constata-se ainda a predominância de trabalhos com enfoque quantitativo (84,1%) em detrimento da compreensão processual ou teórica. Muitos estudos identifi cam as experiências na família de origem como preditoras da violência conjugal, mas a escassez de produção científi ca que considere a conjugalidade violenta como um fenômeno complexo, determinado por múltiplos fatores, revela a necessidade de ampliação de pesquisas na área.
Resumo.A violência na conjugalidade é tema de grande relevância em diferentes contextos, dada a magnitude da prevalência em todo o mundo. O presente estudo, quantitativo, teve o objetivo de descrever a violência no casal, bem como analisar possíveis correlações com variáveis sociodemográ-fi cas. Participaram 186 casais (n= 372), residentes da região metropolitana de Porto Alegre (RS), casados ofi cialmente ou em coabitação, selecionados por conveniência, caracterizando uma amostragem por "bola de neve". Para a coleta de dados, foram utilizados um questionário de dados sociodemográfi cos e a Revised Confl ict Tactics Scale (CTS-2), para identifi cação das diferentes expressões de violência entre cônjuges. Foram realizadas análises estatísticas inferenciais descritivas, para verifi car o comportamento das variáveis. Dentre os principais resultados, destacam-se a prevalência de 2,74% de coerção sexual grave cometida pelos homens e de 86,59% de agressão psicológica cometida pelas mulheres. Os resultados obtidos corroboram estudos anteriores, que afi rmam que homens exercem predominantemente a violência sexual, ao passo que mulheres usam preponderantemente a agressão psicológica. Destaca-se maior prevalência da violência em casais jovens, economicamente menos favorecidos, com menores níveis de religiosidade e que somente moram juntos, não tendo ofi cializado a união. Conclui-se que a violência é um fenômeno de grande complexidade, que exige atenção dos profi ssionais de saúde. Palavras-chave: conjugalidade, violência, violência conjugal.Abstract. Marital violence is a very important topic in diff erent contexts, given its high prevalence worldwide. The aim of the present quantitative study was to describe violent marital relationships and analyze correlations with sociodemographic variables. 186 couples (N=372) participated in this study. All couples reside in the metropolitan area of Porto Alegre (RS), are offi cially married or live together. Snowball sampling was used to select the subjects. A sociodemographic questionnaire was used to collect data, as well as the Revised Confl ict Tactics Scale (CTS-2), to identify the diff erent expressions of violence within the marital relationship. For data analysis all information was entered in the SPSS program (20.0) and descriptive statistics was performed in order to check variables. Among the most important results, male
O envolvimento da família no tratamento tem sido apontado como preditor de sucesso terapêutico da dependência química. Nesse sentido, foi realizada uma investigação qualitativa, utilizando o estudo de caso de dependente químico e sua família, atendidos por instituição de saúde, para identificação da dinâmica relacional estabelecida nestes contextos. Para a coleta de dados foram utilizados entrevistas, genograma e registros de grupos de familiares. A análise dos dados se deu a partir da compreensão sistêmica da família. O estudo realizado aponta a necessidade de compreensão da dependência química como fenômeno que pode ser influenciado pela dinâmica familiar reforçando aspectos de seu funcionamento para a manutenção do sintoma. Tratar a disfuncionalidade familiar pode constituir-se um fator de proteção ao uso de drogas e prevenção à recaída.
O processo de construção da paternidade é um fenômeno complexo, considerando, de modo especial, a transição da conjugalidade para a parentalidade. Nesse sentido, o presente estudo investigou a percepção dos pais acerca das mudanças ocorridas neste período em relação à conjugalidade e à construção da paternidade. Foi realizada uma investigação qualitativa de estudo de casos múltiplos, com três homens, residentes da Região Metropolitana de Porto Alegre, casados e em união estável e com filhos de até um ano e seis meses de vida. A análise dos dados foi baseada em estudo de casos múltiplos, à luz da perspectiva sistêmica da família. Os participantes apresentaram uma perspectiva positiva com relação a sua experiência nesta fase da vida, tendo conseguido lidar com as novas demandas e adoção dos papéis parentais que envolvem diferentes atribuições e responsabilidades. Contudo, revelaram-se também situações-problema na vida destes casais, que são resolvidas de modo que a qualidade do sistema conjugal e seu ajustamento sejam mantidos. Os resultados reforçam a importância da proximidade afetiva e da intimidade estabelecida pelo casal antes do nascimento do filho como um preditor para a manutenção do sistema nesse momento do ciclo de vida da família.
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