O desenvolvimento da pesca esportiva pode proporcionar benefícios sociais e econômicos às populações locais, contudo gera impactos negativos ao meio ambiente se não houver gestão efetiva. A presente pesquisa teve como objetivo analisar as contribuições do conhecimento ecológico local para o ordenamento da pesca esportiva e conservação de robalos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Barra do Una, Peruíbe/SP. Foram entrevistados 27 pescadores artesanais, envolvidos com a pesca esportiva, através de questionários semiestruturados contendo questões sobre dados socioeconômicos, atividade pesqueira, conhecimento ecológico local e as relações com a pesca esportiva, especialmente sobre prestação de serviços e aspectos referentes a conservação dos robalos. A pesca esportiva tem se tornado uma alternativa de renda para as famílias de pescadores artesanais da Barra do Una, que aplicam seus conhecimentos sobre os recursos pesqueiros nesta nova prática. A pesca esportiva na RDS Barra do Una tem potencialidades como atividade de lazer e geração de renda através das atividades associadas ao turismo de pesca. Essa característica é bastante representativa tanto para os turistas que visitam a região quanto para os próprios moradores locais. Porém, fica clara a necessidade de ordenamento desta atividade para o alcance do seu potencial de conservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico local. Assim, foram propostas medidas de ordenamento com base no conhecimento ecológico local dos pescadores artesanais, na legislação vigente e informações técnicas já existentes para o setor.
A dinâmica da pesca no Mato Grosso vem se modificando ao longo dos anos, em decorrência de novas demandas sociais, mudanças ambientais e ações antrópicas. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo realizar uma análise socioambiental do turismo de pesca no Mato Grosso, levando em consideração, a percepção dos usuários quanto a situação dos estoques pesqueiros, as relações com a pesca profissional e as potencialidades da pesca esportiva, em relação a conservação ambiental e a garantia de emprego e renda para as comunidades ribeirinhas. Foram obtidos dados através de pesquisa documental bibliográfica e entrevistados 78 pescadores artesanais e 21 condutores de turismo de pesca, considerados como os principais atores da cadeia do turismo de pesca. Foi identificada a tendência dos pescadores artesanais tornarem-se condutores de turismo de pesca e/ou atuarem como isqueiros motivados pelos maiores ganhos financeiros e melhores condições de trabalho. A pesca de iscas ocorre em todas as regiões do estado, no entanto, Barão do Melgaço, Cáceres, Poconé e Cuiabá são os municípios mais representativos. O setor de hospedagem apresenta grande taxa de empregabilidade estimando-se que para cada turista de pesca é absorvido de 0,8 a 1,8 empregos diretos. A comunidade cientifica vem alertando sobre a diminuição dos estoques pesqueiros, em consequência da pesca ilegal, predatória e sobrepesca no Mato Grosso. Além disso, foi observado um conflito entre a pesca artesanal e um tipo de serviço aos amadores, chamado localmente de “tablado”, que atrai turistas de regiões próximas e, em muitos casos, praticam a atividade no mesmo dia, sem necessitar de hospedagem e serviços locais. Dado que a pesca artesanal já não é capaz de suprir economicamente seus usuários, obrigando os a partirem para outras atividades que complementem a renda familiar, o turismo de pesca é uma alternativa econômica viável capaz de manter os traços importantes da cultura pesqueira, em sua prática, para muitos pescadores artesanais, uma vez que os melhores condutores de pesca, são aqueles que aplicam seu conhecimento sobre o ambiente e os peixes. Se praticada de forma ordenada, pode contribuir para a conservação e restauração dos estoques de peixes, a partir de ações de conservação dos recursos pesqueiros e de sustentabilidade tratadas de maneira integrada entre os setores envolvidos. A pesca esportiva, associada ao turismo de pesca deve ser constantemente analisada, monitorada e discutida tecnicamente, para que novas políticas públicas de fomento, com objetivos claros e definidos, sejam criadas.
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