Descrever a evolução de consumo de alimentos tradicionais e da cesta básica brasileira entre 2002 e 2018. Série temporal do consumo de alimentos tradicionais e da cesta básica brasileira com base nos dados das três últimas Pesquisas de Orçamentos Familiares. A tendência da aquisição alimentar domiciliar per capita anual dos alimentos foi analisada segundo os períodos estudados e as regiões brasileiras. Houve diminuição da aquisição alimentar domiciliar de todos os itens da cesta básica, exceto a manteiga (8,3%). As maiores reduções observadas foram: farinha de mandioca (-69,9%), farinha de trigo (-56,1%) e feijão (-52,3%). Na região Sul ocorreu a maior queda percentual de aquisição de feijão (-56,1%), e o Norte se destacou pela redução acentuada do consumo de carnes (-32,1%) e leites (-57,2%). A diminuição observada no consumo de alimentos tradicionais pode sinalizar possíveis prejuízos à saúde dos indivíduos e perda da identidade cultural alimentar brasileira.
RESUMO Este ensaio se propõe à análise crítica do agronegócio, buscando construir um modelo teórico compreensivo, tendo como referência o conceito de biopoder de Foucault. Pretende ainda contribuir para as discussões de alternativas sustentáveis e de combate às ações que promovem e flexibilizam o uso de agrotóxicos. Argumenta-se que o agronegócio, apesar de ter tido sua imagem construída por discursos que ressaltam sua eficiência e produtividade, impõe barreiras que impedem a garantia da segurança alimentar e nutricional. Pelo uso intensivo de agrotóxicos, também não disponibiliza alimentos seguros e de qualidade, ao mesmo tempo que impacta o meio ambiente e compromete a saúde da população, somado aos seus impactos políticos, econômicos, sociais e culturais. A análise sob a ótica do biopoder destaca que a atuação das indústrias agrícola, agroquímica e de alimentos, enquanto normatizadoras e geradoras de consumo, desconsideram princípios morais e éticos, infringem direitos humanos e a autonomia dos sujeitos. Paralelamente, propõe-se que, por meio da educação popular e a educação alimentar e nutricional, consegue-se, em longo prazo, construir sujeitos e coletividades autônomos e críticos, capazes de transformar as estruturas de poder vigentes e de agir em prol de políticas públicas que fomentem práticas justas, saudáveis, sustentáveis e éticas.
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