Neste trabalho, buscou-se identificar os problemas que o Brasil encontra para selecionar e contratar bons professores. Há poucos incentivos financeiros para os melhores alunos do ensino médio se tornarem docentes. Além disso, o Brasil atrai indivíduos com baixo rendimento acadêmico e com perfil socioecoômico mais baixo para cursos de formação de professores. Um estudo empírico buscou analisar a qualidade da formação inicial oferecida a esses futuros professores, utilizando os dados do Enade. Ele revelou que os cursos de Pedagogia das insituições públicas são, na média, melhores que os das instituições privadas, mesmo quando levamos em consideração o contexto socioeconômico dos alunos desses cursos. No entanto, essa vantagem desaparece quando se considera a experiência prévia na docência. entre os graduados de Pedagogia que já deram aulas ou já são professores - dois terços dos açunos - não se observam diferenças significativas no resultado Enade entre os alunos de instituições públicas e privadas.
Em novembro de 2013, Michael Young, professor emérito do Instituto de Educação da Universidade de Londres, esteve na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, participando como palestrante, ao lado do Professor Antônio Flávio Barbosa Moreira, da Universidade Católica de Petrópolis, do II Seminário FEUSP sobre Currículo – Escola e Sociedade do Conhecimento: aportes para a discussão dos processos de construção, seleção e organização do currículo. Na ocasião, expôs sua perspectiva atual sobre o debate teórico em torno do currículo, afirmando a falta de uma sólida teoria do conhecimento que oriente as discussões acerca das escolhas curriculares. Identificou uma recusa dos teóricos do currículo em enfrentar o que considera a função específica da educação: a promoção do desenvolvimento intelectual dos estudantes, com base no que define como conhecimento poderoso, intimamente ligado às áreas do conhecimento, nas universidades, e às disciplinas escolares. A reflexão central para esses teóricos, segundo Young, deveria se concentrar na pergunta: o que deve ser ensinado às crianças e jovens na escola? Vale destacar que sua posição atual contrasta, em diversos pontos, com a perspectiva que marcou o movimento da Nova Sociologia da Educação, na Inglaterra, no início da década de 1970, e que foi apresentada no livro Knowledge and Control: New Directions for the Sociology of Education, editado por ele e considerado um marco do referido movimento. A entrevista a seguir pretende trazer elementos para a compreensão dessa transformação na análise, empreendida por Michael Young, das questões referentes ao currículo.
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