Apesar de ainda pouco estudada no Brasil, a influência da religião na sexualidade tem sido investigada pela literatura internacional por mais de meio século. Na literatura brasileira, a religião enquanto variável de interesse demográfico, com impacto no comportamento sexual, vem ganhando importância à medida que se fazem presentes, na sociedade, as mudanças no panorama religioso e nas normas e valores associados à sexualidade. Diante do crescente interesse, por parte dos demógrafos, na variável religião, tornam-se necessários mais subsídios teóricos com a finalidade de dar suporte às futuras pesquisas e estudos brasileiros. O presente trabalho busca, então, mapear as literaturas nacional e internacional acerca da associação entre religião, religiosidade e iniciação sexual de adolescentes e jovens e revelar as muitas formas utilizadas ao longo dos anos para classificar religião e religiosidade. Esta análise também procura ressaltar os cuidados metodológicos que devem ser tomados em estudos de sexualidade adolescente e de religião em geral. Para cumprir com esses dois objetivos, foi realizada uma revisão bibliográfica sistemática nas bases de dados SciELO, Atla, JSTOR e Banco de Teses e Dissertações do Cedeplar e da UFMG, buscando artigos publicados entre 1950 e abril de 2014, em português e inglês.Palavras-chave: Iniciação sexual. Religião. Religiosidade. Adolescência. Revisão bibliográfica sistemática.
Resumo Atualmente, o ensino fundamental (EF) está praticamente universalizado no Brasil e as taxas de escolarização bruta e líquida têm aumentado no ensino médio (EM). Apesar dos avanços, os resultados educacionais fornecidos pelos órgãos governamentais demonstram que o desempenho dos alunos, tanto no EF quanto no EM, tem declinado para diferentes subgrupos da população. Particularmente, alguns trabalhos têm evidenciado diferenciais educacionais importantes, segundo sexo e raça. No entanto, os estudos voltados para se entender quais os fatores associados ao desempenho escolar são, em sua maioria, direcionados para o EF. Diante disso, o objetivo deste trabalho é verificar a relação entre raça/cor, segundo sexo, para os adolescentes matriculados no 2º ano do EM, em escolas da rede estadual de ensino (REE) de nove municípios mineiros integrantes da região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Os dados utilizados foram os da Pesquisa Jovem (PJ) e os do Censo Escolar, referentes ao ano de 2009, e foram aplicados modelos multivariados de regressão logística. No geral, os resultados mostraram diferenciais importantes segundo raça/cor e sexo. Os riscos de reprovação no 2º ano do EM foram maiores para aqueles que se autodeclararam como sendo da raça/cor parda, sendo a situação ainda pior para o sexo feminino (OR=2,23) comparada ao sexo masculino (OR=1,66).
Objetivo: Delinear e comparar os perfis das mulheres brancas e negras entre 18 e 59 anos, residentes em Belo Horizonte e Recife, enfocando características sociodemográficas e de conhecimento, além de atitudes em relação ao HIV/aids. Métodos: Os dados são oriundos da pesquisa amostral SRSR -Saúde Reprodutiva, Sexualidade e Raça/Cor, conduzida pelo Cedeplar/UFMG em 2002 e única desta natureza com representatividade municipal. O método utilizado foi o Grade of Membership (GoM), a partir do qual foram gerados quatro perfis extremos para cada município. Resultados: Tanto em Belo Horizonte quanto em Recife, as mulheres com maior probabilidade de serem brancas são também aquelas com maior probabilidade de ter escolaridade mais elevada, possuir plano de saúde, ter tido parceiro estável no ano anterior à pesquisa e ter poder na relação sexual. Quanto às negras, apenas em Belo Horizonte elas têm maior probabilidade de serem de baixa escolaridade, não possuírem plano de saúde, além de se sentirem desempoderadas diante do parceiro sexual. Conclusões: A comparação dos perfis de brancas e negras em Belo Horizonte e Recife revela diferenças na vulnerabilidade dessas mulheres ao HIV/aids. As diferenças entre os dois grupos são mais evidentes em Belo Horizonte.
RESUMO: O objetivo deste artigo é entender as motivações para o fracasso escolar (infrequência, reprovação e abandono escolar) na primeira série do Ensino Médio e as maneiras de revertê-lo. Foram realizados grupos focais com estudantes (15 a 19 anos) e entrevistas semiestruturadas com coordenadores(as) em três escolas da Rede Estadual de Ribeirão das Neves em 2014. Os motivos para o fracasso escolar são trabalho, questões familiares (falta de acompanhamento escolar, necessidade de cuidar de irmãos, maridos, filhos), não ter dinheiro para ônibus, violência, falta de interesse nas aulas, professores ruins, uso de drogas, más companhias, bullying e ter tido reprovação anterior. Para reverter o fracasso escolar, é preciso haver ações do Estado (infraestrutura, salários melhores, programas de incentivo à permanência), da escola (professores mais bem-preparados/ motivados, novas práticas de ensino, diálogo entre diretoria e estudantes), da família (acompanhamento do desempenho escolar, participação em reuniões) e do próprio aluno (dedicação, atenção nas aulas). Palavras-chave: Desempenho escolar. Reprovação. Abandono. Ensino Médio. Adolescentes.
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