Resumo: A proposta deste artigo é investigar o alargamento do raio de ação do método psicanalítico a partir da exploração do narcisismo como campo de pesquisa. Para tal, será efetuado um recuo aos primórdios da constituição da subjetividade, mais precisamente a uma época do desenvolvimento infantil que antecede o estabelecimento do status de unidade do eu. Esse avanço para trás amplia as possibilidades de escuta do material inconsciente não representado, abrindo o caminho para a inserção da qualidade da presença do analista no processo de associatividade.
Este artigo visa discutir o trabalho de construção de espaços de escuta para jovens em situação de vulnerabilidade social. Para tal, foram configuradas duas modalidades de intervenção, desenvolvidas no âmbito individual e grupal, nomeadas, respectivamente, papo reto e tá na roda. Propostas como estas permitem o avanço em direção a estratégias de construção de dispositivos alternativos ao setting clássico, estendendo as contribuições do método psicanalítico para a saúde, para a educação e para a cultura.
A partir do atendimento psicanalítico de pacientes portadores de lesões cerebrais, foi possível formular a hipótese de que, em muitos casos, o quadro psicopatológico que se instala após a percepção e a experiência das sequelas de adoecimentos neurológicos pode ser localizado em algum ponto entre a neurose traumática e as patologias narcísico-identitárias. Para fundamentar e ilustrar o desenvolvimento teórico dessa hipótese, apresentaremos um caso clínico no qual a compulsão à repetição é convocada como mecanismo de defesa: a experiência subjetiva de adoecimento neurológico é vivida como um golpe traumático que divide a vida entre um antes e um depois. A consequência disso é que os recursos para a elaboração psíquica são roubados, criando ou intensificando zonas psíquicas não integradas. Desse modo, é instalada uma temporalidade baseada em um presente permanente, isto é, num tempo que não fica para trás e tampouco fornece uma abertura para o que está por vir.
Palavras
Resumo: O presente trabalho é fruto de uma intervenção realizada com um grupo de alunos de uma ONG da cidade do Rio de Janeiro, dedicada ao ensino de música clássica para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. O trabalho de campo se deu em um contexto de educação não-formal, visando conceber a clínica psicanalítica em uma perspectiva ampliada e, ainda, inserir a psicanálise como uma prática capaz de produzir efeitos clínico-políticos. A partir do Diário de Campo produzido ao longo dos encontros, reflexões são tecidas no sentido de analisar quais as repercussões do espaço grupal de acolhimento e de escuta ofertado aos jovens, em um entrelaçamento de teoria e prática.
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