Este dossiê discute a inclusão digital e a acessibilidade educacional focando na diversidade de estudantes presentes em nossas salas de aula, a partir das propostas de educação inclusiva. Os textos que compõem este dossiê trazem dados sobre as inúmeras possibilidades presentes em artefatos tecnológicos, tecnológicas assistivas e na cultura digital em rede, assim como apresentam resultados de pesquisas sobre o uso das redes sociais (como Facebook) e aplicativos (como WhatsApp) usados por docentes para planejar e discutir seu fazer pedagógico. O dossiê aborda temas contemporâneos urgentes, sobretudo se considerarmos a pandemia da corona vírus que vem deixando milhões de crianças, jovens e adultos sem acesso a escolas e universidades. Levar em conta as desigualdades sociais é fundamental para problematizar e propor caminhos e possibilidades que envolvem a educação remota, educação à distância, educação online e outras estratégias, sempre tendo em vista o direito de acesso à educação.
Este artigo, inspirado numa Tese de doutoramento, realizada em 2018, numa universidade pública de ensino superior, teve como objetivo compreender os usos que a comunidade surda faz das redes sociais para dar visibilidade as suas ações, com vistas a sua inclusão no cenário contemporâneo. Nesse contexto, apresentamos as estratégias de empoderamento utilizadas pelos surdos na constituição de suas identidades, ao longo do processo investigativo. Em termos metodológicos e, com base em alguns pressupostos netnográficos, utilizamos os princípios da multirreferencialidade (Ardoino, 1998, Macedo 2020), bricolando-os à abordagem da pesquisa com os cotidianos (Alves, 2008; Certeau, 2013). Desse modo, lançamos um olhar plural para o nosso objeto de estudo, numa perspectiva ecológica de saberes (Santos, B., 2005), mobilizando competências, fomentando aprendizagens e potencializando suas produções, tanto em seus aspectos linguísticos quanto culturais. Com efeito, pudemos perceber uma contribuição significativa do digital em rede para as línguas de sinais e para o empoderamento das comunidades de surdos, ao redor do mundo, ao dar visibilidade às narrativas e conversas que emergiram das práticas e acontecimentos vivenciados, junto com os praticantes.
O presente texto objetiva pensar ações, usos e exemplos de conteúdo audiovisual acessível para surdos. Compreendendo a cultura contemporânea como perpassada pelo universo da Cibercultura (LEMOS, 2003; LEVY, 1999; SANTOS, 2014), das redes sociais da internet, dos dispositivos e indivíduos hiperconectados (TAVARES, 2020), faz-se necessário garantir o acesso a todos. Nesse aspecto, é importante destacar que o ambiente cibercultural se constitui também como espaço de lutas e empoderamentos, em que se busca, cada vez mais, a garantia de acesso à internet como um direito humano básico. A pandemia do Coronavírus, que restringiu a circulação de pessoas, e fez com que os inúmeros eventos que antes aconteceriam de maneira presencial, passassem a ser realizados remotamente, acabou por contribuir favoravelmente à produção de conteúdos audiovisuais acessíveis. É nesse contexto que se desenvolve o levantamento documental aqui apresentado. Por meio de uma pesquisa documental descritiva na cibercultura, observou-se e buscou-se materiais audiovisuais com acessibilidade para surdos. Como resultado, destacamos que, embora não exista um modelo único e pré-definido que garanta efetivamente a acessibilidade, contribuem elementos como o tamanho da janela, a sinalização adequada ao perfil do público-alvo, a possibilidade de inclusão de intérpretes surdos e a possibilidade de planejamento prévio à execução (em oposição à inserção posterior da janela de tradução) permitindo assim uma integração maior com a cena ou layout desejado. Para demonstrar os resultados, foram elencados dados que procuraram evidenciar exemplos mais, ou menos, favoráveis no sentido de garantir acesso efetivo ao conteúdo apresentado.
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