Atualmente, a perspectiva de sistemas socioecológicos permite ao investigador realizar um estudo acoplado da dimensão físico-ecológica com a dimensão humana. No presente trabalho vamos cruzar as informações da História Ambiental da Floresta da Tijuca com dados de distribuição geográfica da jaqueira (Artocarpus heterophyllus Lam.) para melhor compreensão do seu papel no sistema socioecológico que atualmente abrange o Parque Nacional da Tijuca (PNT). A partir de investigações de campo encontramos uma associação espacial da atual distribuição da jaqueira com áreas de borda floresta/comunidade, bem como associada à antigas chácaras e ruínas, e relacionada à antigas áreas de produção de carvão na floresta. Estas evidências iniciais abrem um outro olhar sobre a jaqueira nas florestas urbanas sob um ponto de vista socioecológico com uma perspectiva funcionalista dos serviços ecossistêmicos.
Os litorais são regiões dinâmicas onde agentes atmosféricos, continentais e marinhos interagem e nem sempre atuam em equilíbrio. Como resultado, processos de recuo, avanço e de estabilidade atuam na costa modificando sua morfologia ao longo do tempo. Neste contexto, o trabalho busca realizar o mapeamento e análise multitemporal dos processos de erosão e progradação observados nas praias de Atafona e Grussaí (São João da Barra – RJ, Brasil). A metodologia baseou-se na reunião de séries temporais de imagens dos últimos 65 anos e no uso do software ArcGIS 10.05. As linhas de costa foram vetorizadas e comparadas entre si permitindo extrair valores de área de ocorrência, taxa média de variação linear e velocidade média dos processos. Dados de ventos foram adquiridos junto a DHN a fim de auxiliar nas interpretações. Resultados mostraram dois setores com comportamento dinâmico distintos, um em Atafona, com tendência erosiva, e outro próximo à Grussaí com acreção sedimentar. A intensidade dos fenômenos classifica Atafona como praia sujeita a erosão extrema. Entre 1954-2019 a área erodida foi de 1.031.238,59 m² e a de progradação 687.147,77 m². A taxa média linear de erosão foi de 164 m (com máximo de 289 m), já a de progradação ficou em 166 m (máximo de 226 m). Cálculos de velocidade média dos processos indicam uma erosão de 2,54 m.ano-1 e progradação de 2,56 m.ano-1. A ocorrência simultânea de erosão ao norte e progradação mais ao sul reafirma a importância da deriva litorânea na evolução do litoral, transportando sedimentos de um setor para o outro. Análises de menores intervalos temporais mostraram que os processos não ocorrem de forma contínua e nem com a mesma intensidade ao longo do tempo. O padrão em dois setores com comportamento distintos é ocasionalmente alterado pelo predomínio de uma única dinâmica ao longo de toda a costa. A ocorrência de erosão estaria associada a um aumento da intensidade dos ventos do quadrante N-NE, com aumento da capacidade de transporte longitudinal na direção N-S. Já o predomínio da progradação estaria relacionado a intensificação de ventos de S-SE e inversão da deriva para a direção S-N. O detalhamento desta dinâmica permitiu a melhor compreensão dos processos atualmente em curso fornecendo informações importantes para o planejamento e gestão do litoral.
A paisagem do estado do Rio de Janeiro é constituída por extensas áreas de planícies, drenadas e permeadas por montanhas, como a Serra do Tinguá. Recoberta por Floresta Ombrófila Densa, assim como seus arredores, sua cobertura transfigura-se desde o século XVI: da agromanufatura açucareira até a expansão urbana contemporânea. O número de nascentes que ali se encontram contribui para algumas das principais bacias hidrográficas do estado, cujos mananciais são responsáveis pela configuração espacial histórica da área. Objetiva-se elaborar, à luz da história ambiental, um diagnóstico onde a Reserva Biológica do Tinguá (REBIO) constitui-se como elemento imperioso da paisagem, na oferta e configuração de vários serviços, especialmente à população da Baixada Fluminense. A avaliação da transformação da paisagem valeu-se de fontes documentais e bibliográficas, bem como de coleções de herbário disponíveis no INCT Herbário Virtual da Flora e dos Fungos. Atualmente, a cobertura florestal encontra-se reduzida a 44% no município de Nova Iguaçu. Considerando os últimos 35 anos, as terras utilizadas na agropecuária foram reduzidas a 29,66%, enquanto as edificadas aumentaram e totalizam 25,23%. O crescimento da população urbana e a fragilização dos mecanismos de fiscalização das áreas florestadas ameaçam a fauna e a flora locais, bem como as nascentes e os cursos d’água que compõem sua microbacia. A REBIO é responsável pela centralidade da região na produção e abastecimento d’água, além de outros serviços ambientais. O estudo reconhece a necessidade explícita de um olhar complexo sobre a paisagem, em sua perspectiva espaço-temporal. A compreensão dos elementos estruturais, assim como medidas estruturantes na paisagem, só é viável sob perspectivas múltiplas. Precipuamente sob este entendimento é possível elaborar diagnósticos, prognósticos e proposições orientados a ações de mitigação dos problemas ambientais, subsídios a políticas públicas e acesso ao patrimônio ambiental, cultural e histórico, que assegurem a promoção da qualidade de vida da sociedade.
Introdução: Este projeto está inserido em um amplo contexto de investigações científicas, visando o aprofundamento de conhecimentos teórico e metodológicos sobre gestão das águas e planejamento ambiental em bacias hidrográficas. Objetiva-se, por meio do apoio técnico, realizar a coleta e tratamento de diversas informações e integrar todos os dados a fim de subsidiar ações do Grupo de Apoio para a formação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema, constituído por órgãos gestores dos estados de São Paulo e Paraná, Agência Nacional de Águas e outras instituições e entidades atuantes nesta bacia hidrográfica. Metodologia/Desenvolvimento: No desenvolvimento deste trabalho estão sendo verificadas bases cartográficas e dados quantitativos, revisão e atualização das convenções cartográficas dos mapas, elaboração de tabelas, compilação de bases vetoriais, atualizações de sistema de referências, realização de trabalhos de campo, participação em eventos e treinamentos, a elaboração de mapas e, por fim, a integração e disponibilização das informações obtidas para o poder público e aos órgãos gestores. A organização das informações tem o intuito de remanejá-las para um Sistema de Informação Geográfica e criar um banco dados, permitindo assim, a disponibilização e divulgação destes em plataforma web e sua utilização nos estudos de planejamento ambiental e gestão das águas da UGRHI Pontal do Paranapanema e da bacia do Rio Paranapanema, potencializando o tempo de outras pesquisas. Considerações finais: Os resultados preliminares estão sendo inseridos no “Sistema de Unificação e Integração de Dados para estudos de Bacias Hidrográficas”, do GADIS/UNESP, em formato de imagem e arquivos de extensão shapefile e png disponível para acesso no link http://bacias.fct.unesp.br. Dessa forma, as informações estão sendo integradas em sistema online com o intuito de facilitar e promover o acesso restrito às pesquisas e informações cartográficas, técnicas e científicas desenvolvidas no grupo de pesquisas voltadas aos alunos, professores e órgãos gestores.
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