Resumo Este trabalho consiste em um estudo demográfico do Espírito Santo entre 1850 e 1888. Nele serão consideradas as mudanças socioeconômicas, responsáveis em grande medida pelas alterações no desenho demográfico das regiões central e sul do Espírito Santo. Serão analisadas as leis referentes à escravidão que atuaram na província no sentido de libertar pouco a pouco os escravos, preservando o processo de abolição gradual orientado politicamente no Brasil e que levou, ao final, à abolição completa e irrestrita. A análise inicia-se na década de 1850, por se tratar de um período de mudanças no quadro econômico, social e demográfico do Espírito Santo. Com a emergência da cultura cafeeira, a província alcançou o maior índice de mão de obra escrava de sua história. Tal análise é fundamental para a compreensão dos anos subsequentes. Do auge da população escrava (1850-1871) passou-se à progressiva queda da mesma (1871-1888), quando foram analisados os impactos das leis de 1871 (Lei do Ventre Livre) e de 1885 (Lei dos Sexagenários) na demografia escrava do Espírito Santo.
Neste artigo exploramos a questão da inserção social dos libertos no Espírito Santo, com foco na região central, no imediato pós-abolição, entre 1889 e 1910, a partir de análise de registros civis de nascimento de Vitória e de jornais locais, como A Província do Espírito Santo e O Cachoeirano. Observou-se no período analisado que muitos libertos permaneceram no Espírito Santo, e outros tantos ali chegaram. Ao invés de indivíduos apáticos e desprovidos de aptidão para o trabalho livre, nos deparamos com pessoas que no dia a dia e durante suas atividades enfrentavam dura realidade e que muitas vezes foram marginalizados e excluídos da cidadania civil.
ResumoAté meados do século XVIII escravidão e servidão faziam parte da natureza das sociedades no Ocidente. Na segunda metade do Setecentos, contudo, iniciou-se a condenação da escravidão pelos escritores da Ilustração principalmente na Inglaterra e França.
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