Este relato de experiência busca trazer discussões sobre a clareza de papéis entre profissionais a partir da observação participante realizada no Núcleo Ampliado de Saúde da Família, localizado em Santa Cruz, interior do Rio Grande do Norte. Durante o processo, o grupo de apoio matricial, do Programa de Educação pela Saúde no âmbito da Interprofissionalidade, se inseriu no dia a dia no serviço e, mais especificamente, nas visitas domiciliares realizadas pelos profissionais. A partir da observação participante, discutimos como parte dos profissionais ainda possui uma representação cotidiana sobre a atuação dos colegas e trabalham de maneira individualizada. Ainda, destacamos que os profissionais que atuam mais frequentemente juntos parecem ter uma melhor compreensão da atuação dos colegas, no entanto, o trabalho interprofissional propriamente dito não foi observado durante as visitas domiciliares realizadas.
O presente estudo objetivou identificar e discutir as redes de cuidados informais de mulheres em situação de violência doméstica, e que são usuárias de serviços de atenção especializada em saúde mental e assistência social de uma cidade do interior do Nordeste. A perspectiva teórico-metodológica adotada foi a Análise Institucional, com ênfase na pesquisa-intervenção, que permite visualizar as forças que tendem à reprodução (instituído), e as que tendem à transformação de determinado fenômeno (instituinte). Para tanto, foram realizadas, ao todo, seis rodas de conversa com os profissionais dos serviços acerca da temática da violência doméstica, e entrevistas com quatro mulheres escolhidas nas rodas de conversas. Além disso, outros instrumentos utilizados neste estudo foram o diário de pesquisa, os ecomapas e os prontuários dos serviços. Dessa maneira, a análise dos dados permitiu identificar três analisadores acercado que tem permanecido e o que tem se transformado nas redes informais de cuidado de mulheres em situação de violência doméstica. O primeiro analisador se refere à configuração da rede informal das mulheres a partir da violência doméstica; o segundo consiste na relaçãoentre a rede formal e informal; e o terceiro, nas redes quentes e vivas possivelmente construídas com a contribuição do processo de pesquisa. Destaca-se, ainda, o importante papel da rede informal como dispositivo de cuidado às mulheres em situação de violência doméstica e sofrimento ético-político, na medida em que se apresenta como rede capaz de contribuir na participação e autonomia das usuárias no cuidado em saúde.
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