Os contaminantes emergentes são compostos que apresentam potencial danoso ao meio ambiente e à saúde, mesmo em baixas concentrações. É considerado um novo desafio para a comunidade científica, que vem conduzindo pesquisas mundialmente para subsidiar o desenvolvimento de padrões de qualidade da água para consumo humano, visto que o tratamento do tipo convencional utilizado pela maioria das ETAs é ineficiente para remoção de tais contaminantes. Visando ampliar e contribuir com os estudos que estão sendo realizados sobre a temática, o presente trabalho apresenta através de pesquisa bibliográfica, uma revisão sobre contaminantes emergentes presentes em águas destinadas ao consumo humano: ocorrência, implicações e tecnologias de tratamento. Os resultados apontam que os contaminantes emergentes são oriundos principalmente das águas residuárias lançadas sem tratamento nas águas superficiais. Uma vez contaminadas, as águas superficiais tornam-se fonte de contaminação a curto e longo prazo, ocasionando danos a biota aquática e aos seres humanos. Por não serem removidos no tratamento convencional de água, se faz necessário a utilização de tecnologias avançadas para remover contaminantes emergentes de águas destinadas ao consumo humano. Todas as tecnologias estudadas mostraram-se promissoras podendo ser utilizadas em escala real nas ETAs do país. Pesquisas relacionadas a contaminates emergentes presentes em águas destinadas ao consumo humano são de extrema importância ambiental, atraves delas será possivel identificar possiveis contaminates e desenvolver tecnologias apropriadas para sua eliminação evitando danos a saúde pública.
Neste trabalho, investigou-se a capacidade de remoção de nitrogênio amoniacal de lixiviado de aterro sanitário previamente diluído por Chlorella sp. imobilizada em matrizes poliméricas de alginato/quitosana (AG/QT) e alginato de cálcio(AG). Dois sistemas de tratamento foram avaliados, um com biorreatores tubulares alimentados com substrato constituído por lixiviado de aterro sanitário (LAS) in natura mais esgoto doméstico (ED) e outro sistema constituído por biorreatores cônicos, tendo como substrato LAS diluído em água destilada. Os ensaios foram realizados em regime batelada a 27o C e luminosidade de 85 µE. s-1.m-2. As análises de MEV e EDS da superfície das esferas indicaram que a estrutura suporte possui porosidade e retém as células em seu interior. Foram constatadas eficiências de remoções de nitrogênio amoniacal de 40% após 4h de tratamento do substrato LAS/ED com microalga imobilizada em AG/QT. Já nos ensaios da Chlorella sp. imobilizada em AG, foram registradas eficiências remoções entre 81 e 97% após 2h de tratamento do substrato LAS diluído em água destilada. Além disso, a Chlorella sp. apresentou eficiência de remoção de N-amoniacal de LAS diluído em água destilada na faixa de 49 a 98% com incrementos de oxigênio dissolvido de até 192% em 5 h de monitoramento. Tais resultados indicam vantagens significativas do uso de microalgas imobilizadas para o tratamento de águas residuárias, tanto em termos recuperação e reciclagem de recursos, quanto em relação ao potencial fitorremediativo da Chlorella sp. na remoção de nitrogênio amoniacal de lixiviado de aterro sanitário.
O presente estudo avaliou influência da biomassa algal no pós tratamento de esgoto doméstico em distintas lagoas de polimento. Para tanto, a pesquisa foi realizada na Estação Experimental de Tratamento Biológico de Esgotos Sanitários (EXTRABES), localizada na cidade de Campina Grande-PB, em duas fases experimentais. Na primeira fase, o sistema experimental era constituído de quatro lagoas, na qual duas lagoas foram monitoradas com alimentação contínua (LC57 e LC45) e duas com alimentação semi contínua (LB57 e LB45). Na segunda fase experimental, foi avaliado o desempenho de três lagoas alimentadas em bateladas (LBT45 e LB245), e uma alimentada continuamente (LC245). Verificou-se que a determinação das concentrações de clorofila-a pôde proporcionar uma estimativa da biomassa fitoplanctônica, no entanto, elas foram facilmente alteradas, por variações da alta incidência luminosa, temperatura, carga orgânica e TDH. Foi observado que o efluente digerido e a biomassa de algas proveniente da lagoa de transbordo com TDH de 2,4 dias na primeira fase do estudo, propiciou um maior desenvolvimento da comunidade fitoplanctônica. Durante a segunda fase, as lagoas de polimento alimentadas em bateladas sequenciais (LB245 e LBT45) apresentaram maiores concentrações de clorofila-a em relação a fase experimental anterior. Concluiu-se que as lagoas de polimento alimentadas em regime de batelada se destacaram por apresentarem remoções superiores às lagoas com alimentação contínua e semi contínua, evidenciando-as como promissora no tratamento de esgoto doméstico. Além de obter excelentes resultados, principalmente nas remoções de nutrientes, foi possível tratar uma quantidade superior de afluente em menos tempo de operação.
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