Re su mo Este artigo teve como objetivo discutir os desafios para a implementação das ações de saúde mental na Estratégia Saúde da Família na perspectiva da desinstitucionalização e territorialização do cuidado. Descrevemos, na visão de gestores e equipes de saúde da família, o contexto territorial, formas de identificação das demandas e práticas de acolhimento e cuidado em saúde mental. Avaliamos ainda os desafios para a construção de abordagens psicossociais potentes e o cuidado em rede. O campo da pesquisa constituiu-se de dois territórios da cidade (Manguinhos e Complexo do Alemão) com características emblemáti-cas do contexto urbano do Rio de Janeiro no período estudado (2009 a 2013). Os pesquisadores trabalharam com estratégias de metodologias qualitativas e colaborativas que incluíram entrevistas com gestores, grupos focais com trabalhadores e visitas sistemáticas ao campo. Os dados coletados apontaram tendências específicas como expansão acelerada da Estratégia Saúde da Família com impactos no processo de trabalho; discurso dos gestores com evidência de abertura para inclusão da saúde mental na Estratégia; narrativas dos trabalhadores explicitando sensação de despreparo e baixa percepção do potencial terapêutico da atenção básica; violência nos territórios causando tensões e ambivalências em relação aos poderes locais; associação direta entre saúde mental e cotidiano violento. Pa la vras-cha ve saúde mental; atenção básica; abordagens psicossociais; território. Abs tractThis article aimed to discuss the challenges to the implementation of mental health actions in the Family Health Strategy in the context of deinstitutionalization and of the territorialization of care. We described, in the view of the family health managers and teams, the territorial context, forms of identification of the demands, and the mental health support and care practices. We also evaluated the challenges to building powerful psychosocial approaches and network care. The research field consisted of two territories in the municipality of Rio de Janeiro (Manguinhos and Complexo do Alemão), Brazil, with iconic features of the city's urban context, in the period studied (2009)(2010)(2011)(2012)(2013). The researchers worked with qualitative and collaborative methodology strategies that included interviews with managers, focus groups with workers, and systematic visits to the field. The data collected showed specific trends, such as the accelerated expansion of the Family Health Strategy with impact on the work process; the discourse of the managers with evidence of opening for the inclusion of mental health in the Strategy; workers' narratives explaining their sense of unpreparedness and a low perception of the therapeutic potential of primary care; violence in the territories causing tension and ambivalence in relation to local authorities; direct association between mental health and violence in daily life.
Resumo O objetivo foi identificar se há, no corpo docente, assimetrias de gênero, raça e especialmente a interseccionalidade de gênero e raça no acesso acadêmico aos programas de pós-graduação stricto sensu em educação física no Brasil; bem como verificar se as linhas de pesquisa envolvem as referidas temáticas. Foi realizado um levantamento do quantitativo de pesquisadores/professores de todos os programas de pós-graduação stricto sensu em educação física no Brasil a partir de busca prévia dos dados cadastrados e disponibilizados pela CAPES e de posterior consulta aos sítios eletrônicos de cada programa para identificação de sexo, cor da pele e linhas de pesquisa. Observamos que 65,8% dos docentes são homens brancos, enquanto uma pequena parte (0,52%) corresponde a mulheres negras. As linhas e projetos existentes têm pouca relação com as questões raciais e de gênero. Além disto, verificou-se que os pesquisadores contemplados com bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ) são majoritariamente pessoas do sexo masculino, de cor de pele branca ou amarela e que produzem a partir das ciências biomédicas. Conclui-se, portanto, que as desigualdades interseccionais de gênero e raça estão muito presentes nos programas de pós-graduação em educação física e que temáticas de gênero e raça são escassas.
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