Os temas da origem da vida e evolução biológica são fundamentais no ensino da biologia, contudo nem sempre são apreendidos pelos estudantes, havendo ainda permanência de explicações religiosas para fenômenos naturais. Este artigo apresenta resultados de investigação realizada em duas escolas públicas, uma federal e outra estadual. Comparou-se as representações sociais dos alunos acerca da origem e diversidade da vida, fontes percebidas pelos próprios estudantes como influentes de suas percepções e as estruturas físicas e pedagógicas das instituições. As representações sociais dos estudantes foram identificadas com uso da técnica do DSC, Discurso do Sujeito Coletivo, a partir da coleta de suas respostas a um questionário. Os resultados mostraram que os estudantes da escola federal apresentaram discurso mais ancorado em explicações científicas para origem e diversidade da vida. Essa escola apresenta maior carga horária, maior variedade de experiências de aprendizagem relacionadas ao estudo do tema e seus alunos percebiam sua escola como principal referência para sua compreensão dos fenômenos evolutivos da vida. Os alunos da escola estadual expressaram discurso com maior ancoragem em explicações religiosas, a escola apresentava menor carga horária e bem menor variedade de experiências de aprendizagem relacionadas à teoria evolutiva. Esses alunos tinham sua religião como referência importante na construção de sua visão do tema, sendo a escola menos lembrada. Embora ambos os grupos investigados tenham em seu perfil cultural a presença de crenças religiosas, os resultados apontam para a presença da qualidade de ensino da escola como determinante da compreensão e aceitação das explicações cientificas pelos estudantes.