O uso e a disponibilidade da internet suscitam questões sobre seu potencial mobilizador de dependência. Este artigo discute Uso da Internet por estudantes universitários brasileiros. Com base em uma coleta de dados quantitativa (n=173), o estudo concluiu que 61,85% dos participantes apresentam níveis de dependência Leve e Moderado. A frequência do uso e a falta de controle do tempo conectado indicam a valorização da vida virtual e possíveis prejuízos na rotina. Ainda que os níveis de dependência da coleta não sejam considerados graves, os resultados deste estudo servem como pontapé inicial nas pesquisas que relacionam o uso da tecnologia e suas implicações no âmbito da educação, na medida em que o uso problemático e os escores obtidos são um recorte momentâneo, e que o participante pode transitar pelos diferentes níveis ao longo de seu histórico de utilização.
Este artigo é fruto de uma pesquisa desenvolvida no Instituto Federal de Goiás (Campus Senador Canedo) a partir do qual pretendemos desenvolver uma discussão sobre como a Psicanálise pode contribuir para refletir a História do Brasil, tendo como base a historicidade. Defendemos que a ciência fundada por Freud se constrói por um viés de conscientização de nossa temporalidade, ou seja, a partir da relação do sujeito (trauma – mal estar – sofrimento – sintoma) com passado, presente e futuro, pois acreditamos que a partir desse encontro teórico podemos ampliar a discussão e a reflexão sobre a História do Brasil a partir do tempo Presente
Situar os textos que compõem o presente livro, em grande medida, implica refazer a trajetória de formulação e implementação do curso de Especialização em Docência na Educação Profissional Técnica e Tecnológica no campus Senador Canedo do Instituto Federal de Goiás. Trajetória que atravessou não apenas a ossatura institucional deste campus, mas que tocou na carne das práticas e políticas educadoras nele desenvolvidas. Por isso, peço a licença poética da primeira pessoa – e não só poética, mas também a permissão para me fazer ouvir como testemunha viva de capítulos não escritos de uma história sem a qual nenhum dos capítulos publicados neste livro viriam a existir. No ano de 2015, ingresso na Rede Federal com o prospecto de trabalhar num campus em processo de implantação. Ou melhor, para não dizer um burocrático prospecto: chego ao campus Senador Canedo com o desejo de ajudar a implantar um campus. Com o sonho de construir, desde o começo, um espaço educador significativo. Em Senador Canedo, a palavra sonho não remete somente às utopias que moveram positivamente a presença do IFG, mas também, por viés indireto e negativo, à imagem então corrente de que esta é uma cidade-dormitório reduzida a orbitar em torno de Goiânia. Nessa imagem, Senador Canedo despertaria de dia e de noite cairia no sono – porém sem sonhar, como se num periódico estado de coma, já que, no senso comum, essa cidade seria um território sem dinâmicas sociais de interesse para além da relação instrumental com a capital goiana. Na melhor das hipóteses, seríamos levados a levar em conta o potencial econômico industrial da cidade para adotar políticas institucionais realistas no cumprimento de nossa missão no município. Como músico, pesquisador e docente da área de Arte, pareceu-me ilógico supor que intensos movimentos migratórios de famílias das regiões Norte e Nordeste para Senador Canedo, sem contar a realização do que, provavelmente, é o evento mais antigo de cultura hip-hop do Estado de Goiás, o festival Lado Leste Contra o Crime, deixariam a vida canedense dormir, sem sonhos, o sono derradeiro dos justos. Ao chegar para trabalhar, logo pensei: Essa cidade não morre à sombra de Goiânia, Senador Canedo não está morta por dentro! Revoltei-me contra a imagem de uma urbe-zumbi que não sonha, pois quem não devaneia, deseja, recusa ser apenas um instrumento útil para se afirmar como ente vivo e pulsante, já está passou dessa pra... pior! Como e por que educar onde a cultura e as sociabilidades não têm mais batimentos cardíacos?: eis a pergunta que latejou em mim naquele momento. Sei que, e aprendi também no IFG, que não se faz política pública, muito menos educacional, apenas com utopias. Mas sem sonhos, sem acolher os sonhos que se sonham juntos, em plena luz do dia inclusive, uma política educacional nasce e se perpetua de modo perverso e insuficiente. Sem ter o objetivo de criticar o trabalho profissional daqueles que precederam e forneceram bases para a criação do campus Senador Canedo, gostaria de recuperar a história daqueles que, como eu – pois não sonhei sozinho neste campus – insistiram em lembrar, por diversos caminhos, que não se implementa um campus que não pensa, isto é, sonha a si mesmo. A dialética do diurno e do noturno, do sonho e da racionalidade científica, tornada icônica no projeto filosófico de Gaston Bachelard, se fez presente desde o primeiro instante de minha trajetória no IFG – Senador Canedo. Ela é que permitiu o olhar responsável, contestador e propositivo sem o qual, a despeito de percepções e informações iniciais em contrário, jamais teríamos feito o diagnóstico acertado de que a oferta formativa na área de Educação não era apenas uma demanda real do município de Senador Canedo, e sim um sonho realista para o perfil de atuação do IFG. Os textos que se encontram neste livro são os primeiros frutos da tensão inevitável dos polos que movem o trabalho educador, materializados no curso em questão. Eles representam, acima de tudo, que a Educação Profissional, como política educacional e de nação, deve acolher e dar condições de formar profissionais não-licenciados para a dimensão educativa de sua atuação técnica. Ou, ao contrário, formar educadores para a compreensão da educação tecnológica. Essa via de mão dupla resulta nos textos que os leitores têm agora em mãos. Resulta, igualmente, na contínua provocação do status quo de projetos educacionais muitas vezes efetuados sem o vigor dos que, em conjunto, ousam sonhar acordados. Prof. Thiago Cazarim1, Dr. (Cefet-MG)
Esse trabalho é resultado de uma pesquisa desenvolvida no Instituto Federal de Goiás (Campus Senador Canedo) tendo como objetivo fazer uma reflexão sobre o pensamento de Paulo Freire, sobretudo quanto a contribuição que esse intelectual oferta ao exercício da Teoria e Ensino de História. E nesse sentido, compreender como os historiadores podem utilizá-lo como um valioso aporte para as reflexões em torno da ciência histórica e seu ensino, tomando como premissa a possibilidade se construir com uma relação pedagógica que visa transformação dos indivíduos em sujeitos autônomos e livres intelectualmente em relação com o mundo. Essa visão sobre a relação de ensino-aprendizado inscrita nas reflexões de Paulo Freire tem como ponto de partida a própria vida dos sujeitos envolvidos nesse processo, ou, em outras palavras, a história de vida daqueles que se apresentam dentro desse processo objetivando por meio da educação sua própria constituição de humanização. De modo objetivo, a proposta central desse trabalho é, portanto, o de investigar como essa potencialidade acerca de como o pensamento de Paulo Freire contribui para o próprio processo de desenvolvimento da consciência histórica dos envolvidos no campo pedagógico pela via da historicidade.
IntroduçãoA Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) realizada pelo Ministério da Educação (MEC) no ano de 2014 apresentou resultados preocupantes nos quesitos relacionados ao letramento dos estudantes brasileiros. De acordo com a avaliação, 22,21% (aproximadamente 1 em cada 5 crianças) do 3º ano do ensino fundamental são capazes de ler apenas palavras isoladas onde há sílabas canônicas. Isso significa que um grande número de estudantes está concluindo a etapa de alfabetização nas escolas sem conseguir ler frases isoladas nem extrair informações de parágrafos ou textos. Além disso, 33,96% dos estudantes avaliados apenas conseguiram encontrar informações explícitas nas frases lidas, não sendo capazes de interpretá-las ou encontrar informações implícitas. Ao todo, mais da metade dos estudantes do terceiro ano é incapaz de ler textos longos ou extrair informações que não estejam explicitamente descritas neles. A ANA também traz resultados preocupantes quanto à capacidade de escrita dos alunos.
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