Longe de ser uma produção que recupera um passado histórico, a memória consiste em todo um trabalho de produção com intenso investimento social de sentidos sobre as experiências passadas. Como as historiadoras e historiadores podem ler a memória como objeto da História? Por meio do diálogo com dois importantes estudiosos da relação história/memória, Alessandro Portelli e Ulpiano Bezerra de Meneses, o texto constrói uma reflexão de caráter teórico-conceitual sobre o lugar da memória na operação historiográfica. A memória pode ser tratada como objeto da história. Tal estatuto impõe a tarefa de situar temporalmente sua produção e a rede de relações em que ela se dá, além dos atores, fins e recursos materiais e simbólicos envolvidos em sua elaboração e gestão social. Fazer a História enquanto trabalho intelectual metodologicamente embasado requer o exercício heurístico, e eminentemente ético, de não naturalizar a memória, mas compreendê-la enquanto produção fisiológica, cultural e politicamente situada. Desnaturalizar a memória para elaborar a história permite multiplicar as leituras do passado e abrir novos olhares sobre o presente.
O texto analisa a campanha Juventude Participa! realizada pelo Centro de Ação Cultural (CENTRAC) na cidade de Campina Grande, na Paraíba, por meio de um corpus documental composto por imagens, relatórios institucionais e boletins informativos. Busca-se analisar o discurso sobre a participação política de jovens, descrevendo os significados atribuídos para conceitos como juventude, participação e cidadania, considerando as condições históricas que tornaram possível esse projeto, articulado a uma série de discursos sobre políticas públicas de juventude. Consideramos questões como a pluralidade (étnica, de gênero, posição socioeconômica, nível de instrução, etc.) dessas pessoas; participação dos jovens em outros espaços após ou durante a realização do projeto e a apropriação, em nível local, das discussões apontadas pela Política Nacional de Juventude (PNJ). Palavras-chave: Juventude; Cidadania; História do Tempo Presente.
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