Este artigo focaliza o processo de educação científica de professoras de Língua Portuguesa (LP), matriculadas num mestrado profissional para educadores, oferecido como política pública oficial de formação no Brasil. A investigação do referido processo foi realizada a partir da análise de dissertações de mestrado, apresentadas como trabalhos de conclusão final (TCF). A investigação focalizou mais diretamente os objetos de pesquisa e as autorrepresentações presentes nos TCF. Utilizamos as abordagens investigativas qualitativa e quantitativa. A pesquisa se insere no campo da Linguística Aplicada (LA) e foi informada principalmente por estudos do letramento e da educação científica. Fizemos uso da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) para a realização da microanálise dos documentos investigados. O exame da estrutura esquemática das dissertações selecionadas também contribuiu para a investigação. Os resultados mostraram o desenvolvimento da educação científica das professoras de LP, a qual foi influenciada por práticas científicas da tradição acadêmica. Um exemplo dessa influência corresponde a supervalorização dos pressupostos teóricos utilizados em detrimento da exploração das experiências da prática profissional das professoras na escola básica.
Este artigo apresenta uma proposta para o estudo da gramática da Língua Portuguesa (LP), mediado por jogos didáticos analógicos e digitais, elaborados a partir da abordagem da educação científica, desenvolvida no campo indisciplinar da Linguística Aplicada (SILVA, 2019, 2020a, 2021a). Para a materialização da referida proposta, apresentamos um estudo comparativo sobre alguns enfoques de grupos preposicionais em gramáticas normativas (BECHARA, 2009; LIMA, 2011) e descritivas (PERINI, 2016), assumindo mais diretamente a abordagem da gramática sistêmico-funcional (EGGINS, 2004; HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014; THOMPSON, 2014). Apresentamos ainda um exemplo de jogo didático elaborado por professores da escola básica e docente de universidade pública, no âmbito do Programa Ciência na Escola, financiado pelo Governo Federal brasileiro. Este artigo se configura num estudo bibliográfico e no compartilhamento de material didático para o ensino de língua materna. Os encaminhamentos apresentados fomentam o estudo produtivo da gramática em aulas de LP a partir da produção de jogos didáticos. Essa estratégia pedagógica pode proporcionar a familiarização dos alunos com práticas conscientes de reflexão sobre a língua, preparando-os para um trabalho escolar informado pela abordagem da educação científica em aulas de língua.
Investigamos o processo de educação científica de professoras de português como língua materna, a partir da análise de trabalhos de conclusão final por elas produzidos e apresentados como dissertações de mestrado profissional. Para compreender o referido processo, identificamos objetos de pesquisa produzidos para responder desafios pontuais do ensino de língua; e descrevemos autorrepresentações produzidas pelas professoras nas dissertações. Esta pesquisa se caracteriza como uma análise documental realizada a partir das abordagens de pesquisa qualitativa e quantitativa. Utilizamo-nos da metafunção experiencial da linguagem, proposta na Linguística Sistêmico-Funcional, para realizar uma microanálise textual nos documentos selecionados. O conceito de educação cientifica está fundamentado especialmente em estudos dos letramentos desenvolvidos na Linguística Aplicada e do letramento científico desenvolvido no Ensino de Ciências Naturais. As análises mostraram que as professoras produziram objetos de investigação em resposta a demandas experienciadas no próprio local de trabalho, conforme idealizado na política de formação em serviço de educadoras em mestrado profissional. Os indícios de reflexões sobre a prática foram recorrentes, apesar da ênfase dada a aspectos teóricos, sem uma preponderância da autorrepresentação como professoras da escola básica nas dissertações analisadas.
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