RESUMO A partir dos relatos de homens trans estudantes de uma escola pública brasileira, analisamos as práticas sociodiscursivas de resistência produzidas por eles principalmente na esfera educacional, mas também no âmbito familiar. Para tanto, nossa pesquisa discursiva-etnográfica vincula-se teórica e metodologicamente à Análise de Discurso Crítica de vertente anglo-saxã, empreendida por Norman Fairclough e Lilie Chouliaraki, que tem propriedade transdisciplinar. A fim de produzir uma crítica-explanatória, articulamos a análise linguístico-discursiva dos dados semióticos aos Estudos de Gênero. Nas narrativas, observamos identificações e representações de práticas violentas que banalizam o reconhecimento e as necessidades particulares dos corpos trans estudantes promovendo opressões que emergem a partir da combinação de diferentes eixos da diferença, como o gênero e a raça. Essas interpelações violentas motivam esses agentes sociais a reagirem discursivamente em meio à vida social potencialmente cis-heteronormativas e normalizadora.
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