Os estudos voltados para os sistemas de transportes com ênfase no turismo em Sergipe são bastante escassos, e pesquisas nesta área são fundamentais para ampliar a compreensão do seu papel no suporte ao planejamento e à gestão de destinos turísticos no estado; para identificar fragilidades e demandas existentes para o fortalecimento dos transportes intradestinos; e para melhorar a integração territorial entre os municípios a fim de incrementar e melhor distribuir os fluxos de visitantes. Portanto, o objetivo deste artigo é avaliar a prestação dos serviços de turismo náutico no litoral sul sergipano, buscando verificar a situação dos terminais de embarque e desembarque para os transportes aquaviários que dão suporte aos passeios turísticos e investigar a qualidade dos serviços de turismo náutico prestados, considerando a legislação que rege a atuação dos condutores de embarcações. A fundamentação teórica ateve-se às discussões em torno dos sistemas de transportes, seus elementos constitutivos e sua contribuição para o planejamento e gestão dos destinos turísticos, além de reflexões sobre o turismo náutico e a legislação que o rege e a importância da qualificação e da profissionalização dos condutores de embarcações para ampliar a satisfação dos visitantes com o passeio turístico ofertado. Os procedimentos teórico-metodológicos compreenderam pesquisa bibliográfica em artigos científicos, livros, teses e dissertações, bem como pesquisa documental nas normas que regem a segurança dos passeios turísticos editadas pela Marinha do Brasil. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com gestores públicos das pastas de transportes e turismo, com condutores de embarcações para passeios turísticos e com um representante da Capitania dos Portos. Também se recorreu à técnica de turista oculto, com adoção de diário de campo e realização de registros fotográficos. A transcrição das entrevistas foi feita com o auxílio do software express scribe. Em termos gerais, constatamos a situação de abandono dos principais terminais de embarque e desembarque sem previsão de novos aportes de recursos financeiros ou projetos de benfeitorias. Quanto à segurança, embora se constate locais de embarque e desembarque de maneira improvisada inclusive em meio aos banhistas, no tocante aos condutores de embarcações, a atuação da Capitania dos Portos na oferta de cursos de formação e a realização de fiscalizações regulares ajudou a evitar a ocorrência de acidentes. Por outro lado, entre alguns indicadores que podem comprometer a qualidade do serviço dos condutores e prejudicar a satisfação da experiência dos visitantes estão a ausência de espaços físicos sinalizados para a negociação dos passeios; dificuldades de identificação visual e acúmulo de funções entre os condutores; conflitos entre as associações; inexistência de atuação integrada em favor do fortalecimento do turismo local; inexistência de agregação de valor ao passeio, mesmo ocorrendo dentro de uma unidade de conservação; e falhas no pós-venda.

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