Este artigo analisa iniciativas da sociedade civil na elaboração de políticas de saúde no Brasil a partir do exame de três casos em que a atuação de organizações não-governamentais teve papel relevante nas três últimas décadas: a epidemia de Aids, a saúde da mulher e a reforma psiquiátrica. Situa o surgimento das ONGs no contexto dos movimentos de participação civil no Brasil, identifica suas características distintivas em relação a outras formas de associação e compara as trajetórias específicas nos casos da Aids, da saúde da mulher e do movimento psiquiátrico. O texto indica dilemas comuns ao campo das organizações não-governamentais no final dos anos 90 e aponta a necessidade de estudos sobre a participação de organizações da sociedade civil no desenvolvimento de políticas sociais, em especial das políticas contra a violência.
This article discusses some aspects of the Brazilian response to urban violence, focusing both official public safety policies and actions of the civil society. The text identifies the lack of a national public safety policy, indicates successful governmental experiences carried out in some states and municipalities, and concentrates on the actions of the police. Analyzing the responses of the civil society, the paper is emphasizing the campaign for disarming the population and the role played by the media. It shows the appearance of groups of young people living in the favelas, organized in turn of cultural experiences that, in multiple aspects, are characterized as "new mediators" in society. These groups thematize violence and try to build new stereotypes dissociating them from the image of criminality. The article describes in particular the cases of the Grupo Cultural AfroReggae, of Rio de Janeiro, and the pilot experience carried out in collaboration with the Minas Gerais Military Police, called "Youth and the Police". The AfroReggae group is a typical example of such a "new mediator", and the initiative of carrying out a work in cooperation with the police opens new perspectives for the traditionally scarce participation of civil organizations engaged in public safety in cooperative projects with the police.
O artigo discute aspectos das respostas brasileiras à violência urbana, focalizando tanto políticas governamentais de segurança pública como ações da sociedade civil. Identifica e inexistência de uma política nacional de segurança pública, indica experiências governamentais bem-sucedidas em estados e municípios e focaliza a atuação das polícias. Ao analisar as respostas da sociedade civil, destaca a experiência da campanha do desarmamento e o papel da mídia. O trabalho situa o surgimento de grupos de jovens de favelas organizados em torno de experiências culturais que, em vários aspectos, se caracterizam como "novos mediadores" na sociedade. Esses grupos tematizam a violência e procuram construir novos estereótipos que dissociem os jovens de periferia das imagens de criminalidade. O artigo descreve em particular o caso do grupo cultural AfroReggae, do Rio de Janeiro, e a experiência piloto em batalhões da Polícia Militar de Minas Gerais, o projeto Juventude e Polícia. Argumentase que o grupo AfroReggae é tipicamente um novo mediador e que a iniciativa de realizar um projeto com a polícia abre novas perspectivas no campo da reduzida tradição participativa de organizações da sociedade civil na esfera da segurança pública e em projetos de cooperação com a polícia.
Introdução: O delirium é frequente em adultos institucionalizados, caracterizado por perturbação da consciência, diminuição da capacidade de atenção, pensamento desorganizado e com evolução num curto espaço de tempo. O delirium tem uma apresentação sintomática mais detalhada do que a confusão aguda, sendo o primeiro um diagnóstico médico e o segundo um diagnóstico de enfermagem. A confusão aguda é muitas vezes sujeita a interpretações erróneas por parte dos enfermeiros. Objetivo: Identificar as intervenções autónomas de enfermagem passíveis de prevenir a confusão aguda. Métodos: Revisão Integrativa, partindo da questão: “Quais as intervenções autónomas de enfermagem passiveis de prevenir a confusão aguda?”. Pesquisa realizada em outubro de 2020 com recurso às bases de dados: CINAHL®Complete; MEDLINE Complete; Nursing & Allied Health collection: Comprehensive; Cochrane Central Register of Controlled Trials; Cochrane Database of Systematic Reviews e SciELO, com os critérios de inclusão: artigos com texto integral, entre 2015 e 2020, em português, espanhol e inglês. Resultados: Identificaram-se 71 resultados, dez artigos foram incluídos. A seleção foi feita por leitura do título, eliminação de duplicados, leitura de resumos e textos integrais com recurso ao Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, de acordo com os critérios de inclusão determinados. Os artigos incluídos são: duas revisões sistemáticas; quatro meta-análises; dois estudos experimentais; um estudo quasi-experimental e uma revisão da literatura. Conclusões: As intervenções autónomas de enfermagem enquadram-se nos dez domínios das intervenções multicomponentes, percebendo-se uma heterogeneidade de intervenções. As intervenções multicomponentes são as que melhores resultados evidenciam, quando comparadas com as intervenções isoladas.
Introdução: Teletriagem compreende a avaliação remota preliminar de sinais e sintomas e a orientação do cliente para o cuidado de saúde adequado (emergente, urgente ou não urgente). A LUZ24 abrange a vídeoconsulta e a teletriagem, sendo esta última efetuada exclusivamente por enfermeiros, integrando enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica. Objetivo: Mapear os resultados da atividade em teletriagem realizada por enfermeiros da LUZ24, no âmbito da saúde mental e psiquiátrica. Método: Análise documental que partiu da questão: Quais são os resultados da atividade em teletriagem, realizada por enfermeiros da LUZ24, no âmbito da saúde mental e psiquiátrica. Seguiram-se as diretrizes Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE). Estudo desenvolvido a partir da análise da base de dados de registos clínicos eletrónicos Oracle BI Publisher relativamente às teletriagens efetuadas no período entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021. A análise e tratamento dos dados foi efetuada com recurso à ferramenta do Microsoft Excel versão 2021, tendo sido utilizadas medidas de estatística descritiva para a caracterização da amostra e para os dados clínicos. A investigação foi aprovada pela Comissão de Investigação e Comissão de Ética Competente do Hospital da Luz. Resultados: Do total de 63396 teletriagens do âmbito geral, foram analisadas 1005 (1,59%) no âmbito da saúde mental. A amostra é predominantemente feminina (64,78%), com idade média de 50,41 anos. A teletriagem foi realizada com recurso a algoritmos de tomada de decisão, designados de protocolos. Foram utilizados 10 protocolos, sendo os três mais prevalentes: Ansiedade ou crise situacional (47,16%), Insónia (26,77%) e Doença mental (14,33%). A orientação para a consulta foi o encaminhamento mais prevalente (63.98%). Conclusões: A teletriagem realizada por enfermeiros peritos - treinados na avaliação clínica remota e com recurso a protocolos - possibilitou a avaliação de sintomatologia no âmbito da saúde mental e psiquiátrica e o encaminhamento dos clientes.
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