Dentro da área reflexiva e transdisciplinar da Linguística Aplicada (LEFFA, 2001; MOITA LOPES, 2006), este trabalho propõe uma reflexão acerca da compreensão responsiva ativa e da autonomia relativa de alunos inseridos num contexto de ensino e aprendizagem da escrita em língua portuguesa sob a ótica interpretativista. Para tanto, retomamos os conceitos de dialogismo e de compreensão responsiva ativa, formulados nos escritos do chamado Círculo de Bakhtin (VOLÓCHINOV, 2017[1929]; BAKHTIN, 2006 [1979]) e autores subjacentes (SANTANA, 2019; SILVA JÚNIOR; CRUZ, 2019; ZOZZOLI, 2002, 2012), enfatizando a interação discursiva nas práticas sociais, e a noção de autonomia relativa, proposta por Zozzoli (1999, 2006). Na perspectiva qualitativa de pesquisa (ROHLING, 2014; BORTONI-RICARDO, 2008), os dados foram coletados no âmbito de uma instituição pública de ensino básico situada no interior do estado de Alagoas durante o primeiro semestre do ano de 2018. A experiência foi efetuada a partir da leitura de um texto-base, coletado na internet, e consequente momento de produção escrita de textos que versavam sobre o mesmo tema pelos alunos. A análise empreendida revelou que, entre as produções analisadas, apresentam-se graus diferentes de compreensão dos alunos, sem que nenhuma tenha configurado compreensão passiva do sujeito diante do texto-base apresentado. A pesquisa indicou, em linhas gerais, que a abordagem dialógica do professor favorece a construção da autonomia relativa do aluno leitor e produtor de textos, o que ficou evidenciado nas articulações que os sujeitos fizeram da leitura e discussão em sala com aspectos da vida social em seus textos escritos.
Este estudo objetivou analisar uma proposta de atividade didática de Língua Portuguesa em perspectiva dialógica, observando como ela pode contribuir na construção de sentidos plurais do enunciado, de modo a constituir a formação do aluno leitor e produtor de textos. Assim, recorremos às contribuições de Bakhtin (2006 [1979]; 2010 [1930-34]), Medviédev (2016 [1928]) e Volóchinov (2017 [1929]) para subsidiarem a pesquisa. A abordagem dialógica tem demonstrado que há diversas possibilidades de análise das manifestações de linguagem, e que os diversos enunciados podem ser compreendidos em perspectiva discursiva. Nesse sentido, delimitamos como lócus do estudo a unidade três do livro didático Português contemporâneo – diálogo, reflexão e uso, para efetivação das análises, por meio da perspectiva dialógica do discurso. Nessa direcionalidade, o manuscrito está estruturado em três seções: Abordagem dialógica do discurso; Axiologia e o ensino de Língua Portuguesa; e Trilhando caminhos concretos: análise dialógico-axiológica de enunciados. Os resultados apontaram para o fato de que as práticas analíticas de linguagem sob horizonte dos estudos dialógicos potencializam estratégias autorais na formulação de enunciados, na medida em que instigam os sujeitos estudantes a assumirem postura crítica diante do texto, avaliando seus aspectos linguísticos e socio-histórico-ideológicos.
Propomos, no presente estudo, uma reflexão acerca do ensino de línguas baseado em práticas reflexivas na perspectiva da Linguística Aplicada, no seu viés transdisciplinar, focalizando nos dizeres científicos e na formação do professor-pesquisador. A sala de aula de línguas, bem como de outros componentes do currículo da educação básica, vem passando por variados processos de ressignificação. Estes processos assolam, também, campos do saber científico como a Educação e a Linguística Aplicada, principalmente no que concerne à necessidade de formar sujeitos reflexivos. Nesse sentido, as nossas posições defendem uma formação de professor que não distancie os pressupostos teóricos dos práticos, visto que a prática pedagógica não é consequência da teoria, nem vice-versa. Propiciar momentos de auto-observação e auto-avaliação dos sujeitos como profissionais reflexivos se tornam, nesse contexto, ações estimuladoras para formar professores críticos e capazes de transformarem as suas salas de aula em espaços dialogais de aprendizagem e uso da linguagem.
Este estudo tem por objetivo analisar a circulação de concepções de linguagem na construção discursiva de planos de aula para o ensino de Língua Portuguesa encontrados numa plataforma pedagógica virtual, como um modo de identificar como os comandos dados por esses planos implicam a responsividade ativa do professor e como se dá o ensino dos gêneros discursivos propostos por esses planos. A fundamentação teórica focaliza temas como: concepções de linguagem, discurso, gênero discursivo e responsividade ativa. O aparato metodológico se ancora na abordagem qualitativa e na vertente de etnografia virtual, analisando 2 (dois) planos de aula retirados de uma plataforma pedagógica virtual direcionados ao 7º ano do ensino fundamental em aulas de Língua Portuguesa. As análises evidenciaram que, em sua construção discursiva, os planos de aula observados oscilam entre as concepções de linguagem como instrumento de comunicação e como forma de interação. Além disso, os planos abrem algum espaço para a responsividade ativa do professor se estabelecer em maior grau, no entanto apresenta limitações no que se refere à articulação concreta entre os gêneros discursivos propostos para as aulas de Língua Portuguesa.
Este estudo objetiva apresentar uma discussão sobre as concepções de leitura que orientam atividades de um livro didático de Língua Portuguesa para o 7º ano do Ensino Fundamental. Para tanto, o aporte teórico utilizado para a pesquisa abarca as vozes de autores como Freire (2003), Marcuschi (2008), Menegassi (2005), Coracini (1995), Koch e Elias (2008), Barbosa (2008) e outros. A metodologia é qualitativa e de vertente documental, pois propõe uma análise interpretativa de práticas discursivas que compõem um determinado documento. O corpus de análise é composto por 3 (três) atividades encontradas no livro Geração Alpha Língua Portuguesa - 7° Ano, de autoria de Cibele L. Costa, Everaldo Nogueira e Greta Marchetti, publicado em 2019, pelas Edições Sm. Os resultados mostram que o livro didático analisado apresenta em sua estrutura três perspectivas de leitura, estas sendo: a estruturalista, a cognitiva e a interacionista. A oscilação entre as perspectivas se torna prejudicial para as práticas de ensino, uma vez que nem sempre a formação do professor é tão significativa a ponto de formar sujeitos que questionem materiais didáticos.
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