O artigo revisa alguns usos do conceito de análise funcional na análise do comportamento e na terapia comportamental, enfatizando suas relações com o modelo causal de seleção por conseqüências.Emseguida, propõe queumaaplicação clínica da análise funcional consistente com o sistema explicativo analítico-comportamental estaria apoiada em: a) selecionismo como modelo causal e funcionalismo como princípio de análise; b) externalismo como recorte de análise; c) complexidade, variabilidade, e caráter idiossincrático das relações comportamentais; d) critério pragmático na definição do nível de intervenção; e) distinção entre alcance da avaliação e alcance da intervenção.
A interpretação de cognições e emoções com o conceito de eventos privados e a abordagem analítico-comportamental da ansiedade e da depressãoThe interpretation of cognitions and emotions with the concept of private events and the behavior-analytic approach to anxiety and depression Darlene Cardoso Ferreira, Liany Tavares Tadaiesky, Nilzabeth Leite Coêlho, Simone Neno e Emmanuel Zagury Tourinho 1 Resumo: Cognições e emoções constituem um tema básico para qualquer sistema explicativo na psicologia. Na análise do comportamento, são tratadas como fenômenos comportamentais e abordadas com o auxílio do conceito de eventos privados. Segundo Skinner, eventos privados são estímulos e respostas inacessíveis a uma observação pública direta. O presente artigo revisa alguns usos do conceito de eventos privados na análise do comportamento, aponta controvérsias e limites no uso do conceito e relaciona a esses usos interpretações analítico-comportamentais da depressão e da ansiedade. O texto fundamenta-se especialmente em literatura analítico-comportamental que enfatiza que cognições e emoções são relações comportamentais, com graus variados de complexidade, das quais apenas alguns termos são estímulos privados ou respostas encobertas. Finalmente, o texto aponta algumas implicações para a prática do terapeuta analítico-comportamental e a necessidade de desenvolvimento de tecnologias baseadas em competências acadêmicas e profissionais de analistas do comportamento. Palavras-chave: eventos privados, terapia analítico-comportamental, ansiedade, depressãoAbstract: Cognitions and emotions constitute a basic issue in every explanatory system in psychology. In behavior analysis, cognitions and emotions are viewed as behavioral phenomena, and are approached with the concept of private events. According to Skinner, private events are stimuli and responses which are inaccessible to direct public observation. This paper reviews the Skinnerian approach to private events, some controversies and limits in the use of the concept, and illustrates its use in the analysis of depression and anxiety. The paper is specially committed to a behavior-analytic literature which emphasizes that cognitions and emotions are behavioral relations, with variable degrees of complexity, of which some terms are private stimuli or covert responses. The paper points out some implications to the practice of behavior-analytic therapists, and the need to develop technologies directed to intervention, based on behavior analysts' academic and professional competences.
A difusão da terapia verbal de base analítico-comportamental deu origem a uma agenda de investigações em análise do comportamento, com o objetivo de especificação de algumas de suas dimensões. O presente artigo apresenta um percurso de investigação, com vistas ao desenvolvimento de uma metodologia para a análise de verbalizações (respostas verbais vocais) de terapeutas em terapia analítico-comportamental. São descritos cinco estudos que avaliaram condições de treino e um sistema para a categorização de verbalizações de terapeutas, baseado em possíveis funções básicas dessas verbalizações. A qualidade do sistema foi avaliada aferindo-se o índice de concordância entre categorizadores. Nos estudos, foram manipuladas variáveis como características do sistema de categorização, experiência do categorizador com a tarefa, familiaridade do categorizador com a categorização por outros, tipo e quantidade de treino e complexidade das sessões. Os resultados mostram que: a) o treino favorece índices de concordância muitas vezes superiores a 70%, sugerindo certa consistência do sistema de categorização; b) os índices de concordância são mais elevados para as categorias Investigar e Confrontar e uma maior proporção destas no conjunto das verbalizações categorizadas explica os melhores índices de concordância alcançados; c) o processo de aferição da concordância por comparação das categorizações de categorizadores pode resultar em índices que não refletem a qualidade do sistema de categorização. Características do material categorizado e do processo de categorização são apontadas como obstáculos para que sejam alcançados índices de concordância superiores a 70% e como indicação de que aspectos metodológicos podem explicar índices elevados alcançados em alguns estudos.
O presente artigo discute um modelo de interpretação da Psicologia, de acordo com o qual conteúdos filosóficos/reflexivos, empíricos e aplicados imprimem uma configuração original à disciplina. Alguns aspectos históricos que estão na base dessa configuração são considerados, a fim de lançar luz sobre a heterogeneidade de objetos, métodos, objetivos e vínculos filosóficos das diferentes abordagens psicológicas. Em seguida, discutem-se algumas implicações do modelo para uma apreciação de certos fazeres (acadêmicos e não acadêmicos) psicológicos contemporâneos. Argumenta-se que o sucesso de cada abordagem psicológica depende, em alguma medida, do reconhecimento do caráter multifacetado do campo da Psicologia e da capacidade de responder de modo consistente e integrado às diferentes demandas sociais que definem esse campo.
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