Fonte de financiamento: não há Conflito de interesses: não háRecebido para publicação: Aceito para publicação: ABCDDV/858INTRODUÇÃO O cisto de colédoco é doença rara dos ductos biliares que consiste na presença de uma ou mais dilatações que podem acometer qualquer local da árvore biliar. Trata-se de doença que é diagnosticada, na maior parte dos casos, nos primeiros anos de vida, em crianças e recém-nascidos que se apresentam com sintomas da síndrome de icterícia obstrutiva 2 . Entretanto, cerca de 20-30% dos casos manifestam-se na idade adulta, com sinais e sintomas muitas vezes inespecíficos 9 . Existem algumas teorias para explicar o surgimento da doença. A mais aceita é que exista junção anômala entre a via biliar comum e o ducto pancreático principal, fazendo com que as enzimas pancreáticas atinjam o colédoco e provoquem danos à sua parede. Alguns estudos relataram a presença dessa junção anormal em cerca de 90% de pacientes portadores de cistos de colédoco 7 . A importância do diagnóstico dessa doença decorre da necessidade de se fazer o tratamento adequado em virtude da possibilidade de surgimento de graves complicações, dentre as quais estão a colangite, pancreatite, a ruptura do cisto e a possibilidade de degeneração maligna com surgimento de colangiocarcinoma 6 . O tratamento de eleição é cirúrgico, com a completa excisão do cisto e restauração da drenagem da bile através de uma derivação bileodigestiva, quando possível. RELATO DO CASOMulher de 42 anos compareceu ao ambulatório de cirurgia geral do Hospital Santo Antônio / Obras Sociais Irmã Dulce, trazendo exame ultrassonográfico de abdome total. Ela não apresentava queixa alguma; negava dor abdominal, perda de peso, icterícia ou outros sintomas colestáticos. Ao exame físico não apresentava nenhuma alteração; encontrava-se em bom estado geral, anictérica, afebril, com abdome flácido e indolor, sem massas palpáveis. Em sua história pregressa referia passado de neoplasia de colo uterino tratada por quimio e radioterapia há 10 anos, sendo acompanhada desde então. Ao ser solicitada nova ultrassografia para seguimento que foi descoberto o cisto de colédoco, medindo 4,4 x 3,7 x 3,4 cm sem outros achados neste exame inicial. Foram solicitados exames laboratoriais marcadores de colestase (que foram normais) e uma colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPER) que mostrou uma formação cística em hepatocolédoco de 4 x 5 cm, com colédoco distal medindo 0,4 cm, vesícula biliar opacificada e vias biliares sem outras alterações (Figura 1).
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