TEMA: uma das maiores dificuldades que encontramos ao avaliar uma voz é julgar a sua qualidade por meio da análise perceptivo-auditiva que - ainda que soberana - envolve desde aspectos sócio-econômicos e culturais até preferências individuais. Muitos são os adjetivos usados nesta avaliação e os métodos empregados, pela subjetividade envolvida neste processo, acabam gerando discordâncias entre os ouvintes e dificuldades de assumir um consenso em torno do uso desta ou daquela terminologia. Neste contexto, o laboratório de voz e, mais especificamente, a análise acústica computadorizada, trouxe a possibilidade de orientar e complementar a conduta fonoaudiológica. Entre as várias possibilidades de análise espectrográfica, o espectro médio de longo termo (Long-Term Average Spectrum - LTAS) oferece a possibilidade de "quantificar" a qualidade de uma voz, marcando as diferenças entre gênero, idade, vozes profissionais - falada e cantada - e vozes disfônicas. O LTAS vem sendo muito utilizado em pesquisas na área de voz pois, ao evidenciar a contribuição da fonte glótica e da ressonância para a sua qualidade, fornece subsídios objetivos para a avaliação deste parâmetro que depende basicamente da nossa percepção auditiva. OBJETIVO: trazer o conhecimento sobre a aplicação do LTAS na pesquisa e na clínica fonoaudiológica, descrevendo tanto os aspectos técnicos necessários à sua execução e à interpretação dos seus resultados, bem como as limitações no seu uso. CONCLUSÃO: a área de voz tem se desenvolvido muito nestas duas últimas décadas graças ao advento do laboratório de voz e fala. Assim sendo, conhecer a aplicabilidade de mais uma ferramenta de análise, o LTAS, considerando ainda a demanda existente de estudos nesta área, certamente vai contribuir para a criação de novas linhas de pesquisa tanto em voz profissional quanto na reeducação de alterações vocais.
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