Este artigo apresenta uma pesquisa sobre os conceitos de ideologia, cultura, poder e globalização aplicados ao currículo escolar e à luz da teoria crítica do currículo. O objetivo foi fazer uma reflexão em que se parte do conteúdo do documentário Corações e mentes: o universo dos outros (2018) para discutir alguns fundamentos tratados por autores como Moreira (2006), Moreira e Tadeu (2013), Pacheco (2005), Giroux (1997), Sacristán e Gomez (1998), Sacristán (2012) e Silva (2010). A pesquisa partiu de consensos como o de que o currículo à luz das teorias tradicionais não atende mais à necessidade da escola. Desde os anos 1970, quando se consagrou a abordagem crítica sobre a sociologia da educação para repensar no currículo, não mais foi possível alegar a inocência de um currículo educacional no tocante à organização e realização do ensino escolar. A teoria crítica denota o currículo como mecanismo de ideologia, cultura e poder. Suposto veículo de transmissão de conhecimento e adequação do indivíduo na escola, o currículo passa a ser visto como terreno fértil a processos de produção política e de emancipação social. Considera-se que os conceitos de ideologia, cultura e poder, quando tratados segundo a teoria crítica do currículo, permitem problematizar as relações hegemônicas que configuram o controle do conhecimento escolar.