O acidente de trabalho ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente. Esses acidentes representam 1,8% da causa dos traumas faciais. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de ferimento por vareta de solda impactada no terço médio da face após acidente de trabalho, bem como a conduta empregada. Ao exame de imagem, foi possível observar imagem compatível com vareta de solda, transfixado e impactado no terço médio da face. O protocolo efetuado foi assepsia da face, infiltração de anestésico local contendo vasoconstritor, remoção do objeto impactado com porta agulha, controle de hemorragia nasal com a instalado tampão nasal anterior e prescrição de antibioticoterapia. Mesmo não sendo o tipo de lesão mais comum, o trauma maxilofacial pode ocorrer no acidente de trabalho, trazendo consequências emocionais, possibilidade de deformidade irreversível e ao impacto econômico que traz ao sistema de saúde. No caso de lesões transfixantes, o seu tratamento deve priorizar a estabilização do paciente, para sucessivamente ser feita a remoção do objeto. Os acidentes de trabalho são episódios previsíveis e que podem ser evitados, tornando-se necessário para uma melhor abordagem, conhecer sua extensão e gravidade.
As rugas palatinas oferecem muitas informações para a prática clínica do Cirurgião-dentista. Desde 1988 têm sido consideradas como um método viável de identificação, mesmo em cadáveres que têm sido radicalmente comprometidos, por exemplo, pelo fogo. No entanto, ainda não existem provas científicas de que o padrão morfológico da rugosidade palatal permaneça estável ao longo da vida. Este estudo objetivou analisar as alterações no padrão morfológico da rugosidade palatal em pessoas saudáveis, após o crescimento do esqueleto facial. Através de um estudo transversal, 20 pacientes saudáveis escolhidos aleatoriamente que não tinham sido submetidos a qualquer procedimento cirúrgico, tiveram a cavidade bucal avaliada, numa idade antes e depois do pico de crescimento ósseo, para verificar se existe uma alteração no padrão morfológico das rugas palatinas. As rugas palatinas sofreram alterações dimensionais antero-posteriormente e transversalmente quando se comparam as avaliações posterior e anterior com o pico de crescimento ósseo, no qual se esperam expansões maxilares. De acordo com a morfologia das rugas, não houve diferenças significativas na comparação. A não identificação de alterações significativas no que se refere à morfologia das rugas enfatiza a utilidade do método para identificação humana. Porém, este método deve ser utilizado com cautela, tendo em vista que em 10% dos casos houve alteração da morfologia das rugas. Ainda assim, estudos futuros devem ser realizados a fim de avaliar se as informações coletadas no período após o pico de crescimento permaneceram estáveis ou sofreram algum outro tipo de alteração significativa.
As lesões faciais de tecido mole podem ser consideradas como um desafio de estudo para as profissões que trabalham com a reabilitação estética e funcional dessa área, como o cirurgião bucomaxilofacial. Esses ferimentos podem assumir um papel de destaque no atendimento aos pacientes traumatizados devido ao seu potencial de comprometer a vida do indivíduo, pois, quando mal manejados, deixam sequelas que apresentam repercussões emocionais, funcionais e possíveis deformidades permanentes. Paciente do sexo masculino, 33 anos de idade, atendido no Hospital da Restauração Governador Paulo Guerra, Recife, Pernambuco, com história de queda de portão de ferro sobre a cabeça (acidente de trabalho), cursando de traumatismo cranioencefálico leve e ferimento extenso em região de face e couro cabeludo. O tratamento estabelecido foi a antissepsia com digluconato de clorexidina 2% na região, irrigação copiosa com soro fisiológico estéril 0,9% e sutura em planos. As lesões de tecido mole em face têm potencial de comprometer a vida do indivíduo, podendo ocasionar sequelas que apresentam repercussões emocionais, funcionais e possíveis deformidades permanentes. O diagnóstico e manejo adequado por parte da equipe de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial é de suma importância.
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