ResumoO presente trabalho teve como escopo analisar o comportamento suicida a partir de dados epidemiológicos, já existentes e produzidos, envolvendo óbitos e tentativas de autoextermínio no Distrito Federal. Esses dados foram examinados sob a perspectiva de gênero, através das diferenças entre homens e mulheres, orientação sexual e identidade de gênero. Verificou-se distinções entre a frequência de óbitos e de tentativas de suicídio entre homens e mulheres, além de valores de gênero presentes nos aspectos sociodemográficos, como faixa etária, raça/cor; escolaridade, situação conjugal, entre outros elementos existentes nos documentos analisados. Em decorrência da ausência de itens presentes nos registros de óbitos e do não preenchimento de determinados campos da ficha de notificação de tentativas de autoextermínio, não foi possível examinar os dados relativos à orientação sexual e identidade de gênero, o que denota negligência com a saúde mental da população LGBT. Palavras-chave: suicídio; gênero; epidemiologia; Distrito Federal. AbstractThe gender in suicidal behavior: An epidemiological reading of data from the Federal District. The present study aimed to analyze suicidal behavior based on epidemiological data, already existing and produced, involving deaths and attempts at selfextermination in the Federal District of Brazil. These data were examined from the gender perspective, through the differences between men and women, sexual orientation and gender identity. Differences were observed between the frequency of deaths and suicide attempts between men and women, as well as gender values present in socio-demographic aspects, such as age, race / color; schooling, marital status, among other elements present in the records. As a result of the lack of evidence in the death registers and the non-completion of certain fields in the self-extermination notification form, it was not possible to examine data on sexual orientation and gender identity, which indicates neglect of mental health of the LGBT population.
RESUMO Este trabalho teve como escopo investigar como a velhice é vivenciada, de forma "gendrada", por homens e mulheres em uma instituição geriátrica e sua relação com a saúde mental. Foram realizadas 18 entrevistas, baseadas em um questionário semi-estruturado (9 com homens, 9 com mulheres). A análise das falas mostrou como as relações de gênero alicerçam as vivências das idosas e dos idosos institucionalizados, implicando em importantes diferenças e especificidades de sofrimento psíquico. Os resultados sugerem a importância de se levar em consideração os valores de gênero na formulação de políticas públicas de saúde mental para essa população.
Estudos de Psicologia, 21(4), outubro a dezembro de 2016, 403-414 Resumo O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento de artigos produzidos sobre o tema saúde mental em contextos indígenas entre os anos de 1999 e 2012 nas principais plataformas científicas brasileiras (SciELO e BVS-PSI). Foram utilizados três grupos de descritores, perfazendo 62 buscas, as quais encontraram 5510 resultados, dos quais, depois de analisados, sobraram apenas 14 artigos. Foram levantados dados quanto à distribuição por ano de publicação, tema e objeto da pesquisa, etnia e região geográfica abrangida, participação ou não dos profissionais de psicologia no estudo; entre outros. Além disso, foi avaliado se os conceitos de saúde mental e indígena foram ou não problematizados, levando-se em consideração a alteridade e diversidade cultural destes povos. Conclui-se que as pesquisas são incipientes e carecem de reflexão epistemológica para fundamentar a complexidade desse diálogo intercultural que discute saberes advindos de referenciais originalmente tão distintos.Palavras-chave: saúde mental; índios; grupos étnicos. AbstractMental health in indigenous contexts: Scarcity of Brazilian researches, invisibility of differences. This study aimed to conduct a survey of articles produced on the topic mental health in indigenous contexts between the years 1999 and 2012 in the main Brazilian scientific platforms (SciELO and BVS-PSI). Three groups of descriptors were used, totaling 62 searches, which found 5510 results. Of these, only 14 articles remained after analysis. Data was collected on the distribution by year of publication, subject and object of research, ethnicity and geographic region covered, participation or not of psychology professionals in the study, among others. Also, we assessed whether the concepts of mental health and indigenous were or not problematized, taking into account the alterity and cultural diversity of these people. It was concluded that the researches are incipient and lack on epistemological reflection to support the complexity of this intercultural dialogue, which discusses knowledge arising from references that are originally so distinct.Keywords: mental health; Indians; ethnic groups. ResumenLa salud mental en contextos indígenas: La escassez de la investigación brasileña, la invisibilidad de las diferencias. Este estudio tuvo como objetivo realizar un estudio de los artículos producidos en la salud mental tema en contextos indígenas entre los años 1999 y 2012 en las principales plataformas científicas brasileñas (SciELO y BVS-Psi). Se han usado tres grupos de descriptores, por un total de 62 registros, que encontraron 5510 resultados, de los que, tras el análisis, siendo sólo 14 artículos. Se recogieron datos sobre la distribución por año de publicación, sujeto y objeto de la investigación, el origen étnico y la región geográfica cubierta, la participación o no de profesionales de la psicología en el estudio; entre otros. Además, se evaluó si los conceptos de salud mental e indígenas fueron...
A topografia das alucinações consiste na exploração de suas características. Este estudo objetivou analisar variáveis topográficas de vozes alucinatórias de frequentadores de um Centro de Atenção Psicossocial. Para isso, dez pessoas foram entrevistadas e tiveram seus relatos analisados pela Análise de Conteúdo. As variáveis encontradas foram: “intensidade”, “frequência”, “quantidade”, “conteúdo”, “identidade”, “gênero”, “forma como se apresentam”, “valência emocional”, e “nível de influência”. As vozes chegam a ser tão intensas que provocam estados dissociativos. As variáveis “frequência” e “quantidade” foram heterogêneas, e podem estar relacionadas à trajetória biográfica. O conteúdo diz respeito a questões estruturantes da vida dos entrevistados e que causam muitos conflitos. Cinco participantes afirmaram que as vozes eram de pessoas conhecidas, e sete conseguiam diferenciar o gênero. As vozes de comando foram as mais frequentes, e levaram alguns deles à tentativas de suicídio. Concluiu-se que a exploração das variáveis topográficas das vozes pode auxiliar a compreensão do fenômeno.
ResumoO presente artigo tem como fito apontar em que sentido a transferência, no processo analítico, pode ser compreendida como metáfora. Utilizando o esquema gráfico construído por Searle (1995) para explicitar o processo que ocorre nas metáforas mortas, construímos uma analogia para compreender a transferência como uma metáfora morta (ainda que viva, no sentido de Lakoff e Johnson), que pode ser trazida para o plano da fala no campo analítico, ali onde o analista deve manter-se na ressonância de sua neutralidade e o analisando entre a repetição e seu trabalho de perlaboração. Ao final, é apresentado um excerto de um caso clínico para ilustrar o tema abordado. Palavras-chave: Metáfora; transferência; Psicanálise. AbstractThis article aims to point out the way that transference, in the psychoanalytical process, can be understood as a metaphor. We developed a graphic, in analogy of Searle´s one, to understand transference as a dead metaphor (though yet alive, in the sense of Lakoff and Johnson) which can be brought to the dimension of speech in the analytical setting, where the analyst should maintain oneself in resonance with one's neutrality and the patient between repetition and working through work. To finalize, an excerpt of a clinical case is presented to illustrate the topics that are discussed. Keywords: Metaphor, transference, psychoanalysis.A primeira definição da palavra "metáfora" data da Grécia Antiga, nos escritos aristotélicos (Aristóteles, trad. 1999). Para Aristóteles, "metáfora é a transferência do nome de uma coisa para outra, ou do gênero para a espécie, ou da espécie para o gênero, ou de uma espécie para outra, ou por analogia" (p. 63, parágrafo 128). Ainda que a metáfora represente um mal a ser evitado no campo da argumentação filosó-fica, pois é geradora de equívocos, ela encontra um lugar específico no projeto aristotélico, qual seja, na Retórica e na Poética.O conceito aristotélico de substituição presente na compreensão da metáfora vigorou por longo tempo na história do pensamento ocidental e nele podemos encontrar dois aspectos essenciais:1. A troca da palavra própria pela imprópria (que passou cada vez mais a ser compreendida como forma de ornamentar o discurso). 2. A repetição freqüente desta troca, o que levou muitos autores pós-aristotélicos a distinguir uma metáfora "nova" de outra já desgastada pelo uso (metáfora "morta" ou literalizada). Segundo esta perspectiva, as metáforas "mortas" seriam facilmente parafraseáveis, sendo seu sentido praticamente literal, ao contrário das metáforas "vivas" (novas, criativas).Assistimos no final do século XIX e começo do século XX a uma renovação do interesse suscitado pela metáfora. Grande parte deste interesse levou à reformulação da compreensão da mesma, sobretudo no que tange ao aspecto "a" anteriormente citado, isto é, à reflexão dos mecanismos implicados na elaboração de uma metáfora. Testemunhamos, neste sentido, um "alargamento" do enfoque de compreensão do processo metafórico da palavra ao próprio ato de enunciação. Podemos resumir no s...
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