Resumo Os adolescentes estão cada vez mais conectados às redes sociais, especialmente com o surgimento dos dispositivos digitais móveis. O uso intenso desses aparelhos pelos jovens tem gerado preocupação nos pais, familiares e educadores. Orientadas pela psicanálise, compreendemos a adolescência como um tempo lógico de elaboração simbólica do real da puberdade, trabalho psíquico que requer o desligamento da autoridade dos pais e a inserção no laço social. Nas sociedades tradicionais, a passagem da vida infantil para a vida adulta conta com marcadores sociais estabelecidos, como os ritos de passagem, que auxiliam a inclusão do jovem na comunidade. Nas sociedades ocidentais contemporâneas, a rarefação dos referentes simbólicos dificulta essa transição do espaço familiar para o grupo social mais amplo. Assim, buscamos, neste artigo, empreender uma discussão teórica relacionando os riscos na internet com os ritos de passagem no tempo lógico da adolescência. Como apoio para esta reflexão, utilizamos fragmentos de conversação realizada com adolescentes. Consideramos que, na atualidade, os impasses dessa operação de passagem se exprimem pela profusão de atos de caráter sacrificial que a juventude apresenta, contando com o papel decisivo da visibilidade proporcionada pelas tecnologias digitais.
As Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC desencadearam mudanças nas relações pessoais e familiares. Nesse contexto digital, podemos dividir seus participantes em nativos e imigrantes digitais. O objetivo deste artigo é discutir a influência da virtualidade no relacionamento entre pais e filhos jovens, considerando os aspectos geracionais dessa relação, a partir de revisão da literatura sobre geração, adolescência/juventude e virtualidade e fragmentos de entrevistas realizadas com jovens entre 15 e 24 anos e seus pais. Diversos impasses e desafios são percebidos na relação parento-filial. Há muito a ser percorrido pelos membros dos dois grupos para que os canais de sociabilidade, com a mediação das TIC entre eles, não fiquem fragilizados. A percepção de que a presença das TIC no cotidiano das famílias pode gerar dissociação e não sociabilidade parece ser o maior desafio a ser superado, particularmente para os pais.
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