Apenas um número relativamente modesto de microalgas tem sido investigado a respeito da sua capacidade de produção de óleo e outros produtos de interesse biotecnológico. Foram avaliadas diferentes espécies de microalgas dulcícolas isoladas de diferentes tipos de ambientes aquáticos da região Nordeste do Brasil, quanto a sua capacidade de crescimento, produção de biomassa e composição bioquímica. As espécies foram cultivadas em meio sintético e seu desenvolvimento foi acompanhado por contagem de células e por análises de fluorescência in vivo, mantidas sob condições controladas de luz e temperatura até a fase estacionária, quando os experimentos foram interrompidos e a biomassa seca foi obtida por liofilização. Os resultados mostraram diferentes resultados no crescimento e composição bioquímica das espécies, com altos teores de carboidrato e produtividade em Scenedesmus obtusus (D209WC), Selenastrum gracilis (D458WC) e Xanthonema sp. (D464WC), com valores em 35,93%, 35,79% e 47,16%, respectivamente. Quanto ao perfil lipídico, Actinastrum hantzschii (D467WC) e Pediastrum duplex (D511WC) apresentaram um teor elevado de ácidos graxos saturados (48,04%, 48,03%), e Scenedesmus quadricauda (D125WC) destacou-se pelo alto perfil de ácidos graxos saturados (51,26%) e monoinsaturados (27,08%). Os melhores teores de produtividade lipídica foram registrados para Selenastrum gracilis (D458WC) (23,65%), Pediastrum boryanum (D231WC) (23,07%), Coelastrum sp. (D193WC) (22,20%) e Synechocystis sp. (D331WC) (21,35%). As microalgas também foram avaliadas quanto à extração e quantificação de compostos fenólicos por cromatografia líquida de alta eficiência, como também, determinação da atividade antioxidante através do sequestro dos radicais DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) e ABTS + (2,2’-azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico)), concluindo que as dez cepas possuem uma boa atividade antioxidante frente aos métodos utilizados, com destaque para Scenedesmus quadricauda (D125WC), que apresentou valores máximos em relação às demais espécies. Considerando-se o rápido crescimento, produtividade, considerável teor lipídico e de carboidratos, melhor perfil em ácidos graxos saturados e monoinsaturados e demais análises Scenedesmus quadricauda (D125WC), Selenastrum gracilis (D458WC), Coelastrum sp. (D193WC) apresentam-se como possíveis fontes de matéria-prima para produção de biodiesel.
O uso da biomassa de microalgas na produção de biocombustíveis e extração de compostos bioativos é uma área de pesquisa que tem recebido muita atenção nos últimos anos. Objetivou-se com esse estudo realizar a extração do óleo e produção de biodiesel via saponificação direta a partir da microalga Scenedesmus quadricauda (Turpin) Brébisson, 1835 (Chlorophyta: Scenedesmaceae) e posterior identificação dos compostos bioativos presentes na fração insaponificável do processo. O cultivo de S. quadricauda foi realizado num raceway (13.000 L) usando extrato de biocomposto hortifrutis enriquecido com nitrato e fosfato como meio de cultura. Foram utilizados dois métodos para extração dos ésteres metílicos de ácidos graxos (Saponificação e transesterificação). Os ácidos graxos foram extraídos utilizando hexano. O material proveniente da esterificação dos ácidos graxos obtidos via saponificação e hidrólise foi submetido a etapas de lavagem com água destilada para remoção de resquícios de solvente e catalisador. A amostra resultante foi rotaevaporada e o biodiesel obtido. Análises foram realizadas na fração insaponificável identificando a presença de compostos bioativos (carotenoides) em grande quantidade (4.050 µg/g) como rota biotecnológica de aproveitamento de biomassa residual do processo de extração e produção do biodiesel. A fração insaponificável obtida no presente estudo apresentou alto índice de antioxidantes sendo eficiente na constituição de aditivos em biodiesel na adição de 1,25% ampliando a capacidade oxidativa do biocombustível. O biodiesel obtido via saponificação não apresenta viabilidade para sua utilização puro em motores devido a sua alta viscosidade e índice de oxidação pouco estabilizado, no entanto, apresenta viabilidade para sua inserção em blendas de biocombustível.
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