RESUMO:Este artigo resulta de estudos realizados sobre a obra A Ideologia Alemã. O tema central é o duplo caráter da política e a metodologia foi o estudo teórico, tomando o próprio texto como objeto de análise. Esse texto assenta as bases para o Materialismo Histórico e Dialético, bases essas nunca mais abandonadas pelos autores. A estruturação do método materialista dialético, o debate com os contemporâneos mais representativos e a análise de um contexto indicativo de possíveis mudanças radicais na sociedade do século XIX encaminham temas importantes que não podem ser contornados e são, direta ou indiretamente, abordados. A política é um desses temas. Ora falando diretamente sobre ela, ora a colocando com algo subentendido à produção. É assim que o duplo caráter da política se expressa, ao mesmo tempo, como uma positividade, posto ser uma instância confirmadora do humano, construída historicamente a partir da atividade produtiva; e como uma negatividade, uma vez que assume o caráter de irracionalidade ao negar o humano. Como positividade, é ineliminável da vida: ao produzir a própria existência, o ser humano precisa organizar-se socialmente e a instância política é o instrumento para tal. Mas, como negatividade, naquilo que deveria efetivar o humano, a política o desefetiva e esse é o processo tal como ocorre na sociedade capitalista e sob o jugo do liberalismo burguês, objeto também da análise de Marx e Engels nessa obra. Deste modo, entende-se que o duplo caráter da política não pode ser eliminado, ou separado, mas sim que, na atual sociedade capitalista, esse duplo caráter permanece e se constitui em um paradoxo: por um lado, indispensável; por outro, desefetivador do humano. Palavras-Chave: Política -Ideologia -Materialismo Histórico e Dialético -Democracia ON POLITICS IN GERMAN IDEOLOGY OF MARX AND ENGELS ABSTRACT:This article is the result of studies carried out on the work The German Ideology. The main theme is the double character of the politics and the methodology was the theoretical study, taking the own text as object of analysis. This text settles the foundations for the Dialectical and Historical Materialism, basis never abandoned by the authors. The structuring of the dialectical materialist method, the debate with the most representative contemporaries and the analysis of a context which indicates possible radical changes in the XIXth century society refer to important themes that cannot be avoided and are, directly or indirectly, discussed. Politics is one of these themes. Either talking straight about it, or placing it as something implicit to the production. This is the way the double character of the politics expresses itself, concurrently, positively, once it is a confirming instance of the human being, historically built from the productive activity; and in a negative way, once it assumes the character of irrationality in denying the human. As positivity, it is irremovable from life: by producing its own existence, the human being needs to organize themselves socially and the political in...
O presente texto apresenta considerações a respeito do papel da Pedagogia Histórico Crítica como potencializadora das lutas por uma educação verdadeiramente libertária, de caráter revolucionário e, portanto, comprometida politicamente com a transformação profunda da sociedade. Para tanto, desenvolvem-se reflexões a respeito da emancipação humana em Marx e sua relação com a educação, de modo amplo, e com a Pedagogia Histórico Crítica em particular. O texto está organizado em três partes: primeiro, as diferenças entre emancipação política e emancipação humana e a necessidade, para esta, da formação de subjetividades ricas; na segunda parte, os fundamentos do trabalho para a emancipação humana e para a educação são abordados a partir do problema da alienação (estranhamento); por fim, na terceira parte do texto, são tecidas considerações sobre o papel da Pedagogia Histórico Crítica como teoria pedagógica revolucionária.
O objetivo do presente texto foi apresentar reflexões resultantes de pesquisa acerca da formação e deformação humana a partir das considerações hegelianas e marxianas a respeito da positividade e negatividade do trabalho. Utilizou-se a dialética do senhor e do servo, de Hegel (2008) e textos de juventude de Marx (textos escritos por ele somente e em parceria com Engels). Como conclusão, nota-se que há um caráter formativo imanente ao trabalho, não é possível ao ser humano relacionar-se com a natureza, com os demais seres humanos e consigo próprio sem a mediação do trabalho, porém, no contexto da sociedade capitalista, ele se torna uma mediação que desefetiva o humano, produzindo estranhamento e uma formação que deforma, brutaliza e empobrece a subjetividade.
A partir da análise imanente ao texto: Glosas Críticas Marginais ao Artigo “O Rei da Prússia e a Reforma Social”. De um Prussiano, este artigo pretende contribuir para a discussão a respeito da política e do Estado em Marx. Entendida em seu duplo caráter (negatividade e positividade) a política democrático burguesa é analisada, pelo autor alemão, como expressão da sociedade civil moderna, na qual particularidade individual e universalidade social estão cindidas. Para Marx, o Estado não é anterior à sociedade, mas o contrário e, neste pormenor, o texto marca o rompimento do autor alemão com os hegelianos de esquerda. Marx deixa claro que o Estado capitalista é a expressão de uma sociedade em que a desigualdade e as misérias sociais não podem ser superadas, senão na superação do próprio Estado. Neste texto de juventude de Marx encontram-se, já, os conceitos marxianos de alienação, emancipação, revolução e comunismo.
Este trabalho pretende analisar as relações existentes entre o discurso atual sobre a emancipação através da Educação, enunciado pelas propostas educacionais ditas inovadoras, e as obras publicadas no século XVI, como Utopia, de Thomas More, onde a emancipação estava condicionada a uma transformação social profunda. A emancipação, como categoria, foi abordada por Marx em suas obras de juventude, ora como categoria de análise da emancipação religiosa (A Questão Judaica), ora como categoria condicionada pela alienação (Manuscritos Econômico-Filosóficos). Uma Utopia, em determinado momento histórico, aparece como discurso de fronteiras sempre móveis, sempre alguns passos à frente da realidade objetiva. Ela também se constitui como obra crítica ao existente em sua época. A partir desta constatação, propõe-se a análise do discurso emancipatório presente nas propostas educacionais ditas ―inovadoras‖ na atualidade, que atribuem ao poder presente na individualidade, na subjetividade e no protagonismo do aluno a emancipação do homem, desprezando ou desconsiderando a complexidade do contexto histórico social mais amplo. Com esta proposta, pretende-se discutir limites e potencialidades das propostas educacionais ditas ―inovadoras‖.
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