Este artigo busca identificar, no discurso do viajante francês Auguste de Saint-Hilaire, a representação de “territórios de exceção” durante a sua estadia no Brasil. Apesar do botânico ter viajado pelas terras brasileiras entre 1816 e 1822, este artigo se debruçará sobre o primeiro tomo da sua obra Voyages dans l'intérieur du Brésil, que relata as suas experiências entre os anos de 1816 e 1817, na então Cidade do Rio de Janeiro e na Província de Minas Gerais. Um método geohistórico foi utilizado para identificar, no texto, as características que o território brasileiro apresentava para o viajante e, também, a maneira pela qual ele percebia as populações indígenas com as quais entrou em contato. Técnicas em bancos de dados e em cartografia digital foram empregadas, assim como uma análise de mapas de época, resultando em uma investigação multidisciplinar e crítica que visa desdobrar a fonte primária.
Este artigo propõe estudar a estrutura eclesiástica da Capitania de Goyaz até o ano de 1783. O estudo, realizado a partir de dados extraídos da "Notícia Geral da Capitania de Goiás", propõe uma abordagem metodologicamente inserida na Geografia Histórica com o uso de tecnologias informáticas e de análises quantitativas. A partir desse aparato procedimental, a construção de uma cartografia digital possibilita a compreensão de fatores relevantes às freguesias goianas (ou paróquias), às suas capelas e aos bispados que compreendiam esse vasto território do América portuguesa. Fatores localizacionais foram discutidos, mas também outros parâmetros associados diretamente ao espaço, como a jurisdição dessas freguesias, a composição demográfica da região e as fronteiras visíveis a partir dessas construções gráficas. Por fim, análises quantitativas foram extraídas visando apreender tendências estabelecidas ao longo dos dados recolhidos, tanto em referência à demografia quanto em relação à distância entre cada capela e freguesia. Certos entendimentos com relação à pesquisa sobre o século XVIII em Goyaz foram propostos, todos proporcionados pela elaboração técnica e metodológica sugerida neste artigo.
Pensar a patrimonialização global enquanto processo e como fenômeno espacial que se universaliza é o desafio assumido para o pensamento sobre as novas práticas de planejamento direcionadas a cidades-patrimônio. A espetacularização dessas, no ato do patrimonializar, está em vívido debate há alguns anos, sob óticas interdisciplinares diversas (Jeudy, 2005; Choay, 2006). Nesse viés, a realização de uma crítica a esse processo, que problematize o discurso da materialidade do espaço e compreenda a organicidade da cidade e o seu ordenamento territorial, é fundamental para que se avaliem os contornos que a patrimonialização adquire no século XXI e, ademais, construir uma tese propositiva aos habitantes de cidades mercantilizadas via patrimônio que seja embasada na realidade urbana por eles vivenciada. O livro Cidades da patrimonialização global: simultaneidade totalidade urbana-totalidade-mundo do geógrafo brasileiro Everaldo Batista da Costa, publicado em 2015, trata dos usos e das apropriações do território urbano no contexto do processo que denomina patrimonialização global. Como se dá o reordenamento territorial (em totalidade) dos centros históricos de seletas cidades do mundo e da vida das populações locais é a questão de matriz eminentemente geográfica a ser respondida. O autor, nesse intento, parte do método dialético (e, enquanto teoria geográfica, da dialética espacial) para questionar a essência e a aparência, o trato do território urbano, a partir da categoria totalidade, cara à Geografia Crítica. A seguir, apresentamos as três partes que constituem o livro, indicando, sinteticamente, os motes centrais desenvolvidos pelo autor em cada uma delas. I. DIALÉTICA DA MEMÓRIA E AS CIDADES-PATRIMÔNIO NO BRASIL Na primeira parte do livro, Costa define patrimonialização global e dialética da memória para a compreensão da relação urbanização vs. tomada econômico-cultural da cidade antiga. A patrimonialização global é entendida como vetora de uma ordem patrimonial universal, a qual incide sobre os aconteceres no e do território; pelo método dialético, o autor problematiza a verticalidade da patrimonialização global face às horizontalidades próprias à memória, ao uso e às apropriações populares do território e de setores da cidade. Já a dialética da memória é constituída enquanto «a memória coletiva
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