Objetivo: Comparação do número de doentes de hanseníase verificado nas campanhas realizadas em comunidades carentes de São Paulo com os dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde; e também, com os verificados nas campanhas realizadas em três cidades do Acre. Metodologia: Nas campanhas voluntárias, realizadas desde 2001 em diversas comunidades carentes do Estado de São Paulo, foram feitos exames dermatológicos de 874 crianças e adultos, visando o diagnóstico precoce e tratamento da hanseníase, através da busca ativa de pacientes. Resultados: Foram diagnosticados 57doentes de hanseníase, correspondendo a 6,5% das pessoas examinadas, o que equivale a número cerca de cem vezes maior que os índices oficiais do Ministério da Saúde do Brasil(MS). Conclusão: O número de doentes diagnosticados nestas campanhas é muito mais elevado que as taxas oficiais do Brasil; embora o MS revele o número de doentes diagnosticados pela demanda espontânea e estas campanhas demonstrem doentes detectados através de busca ativa, confirma-se a existência de endemia oculta muito alta, que deve ser diagnosticada e tratada precocemente.
Loureiro VB, Cha CC, Zambon BK, Maragno L, Favaro J, Margarido L da C. Evolução da Moléstia de Hansen (MH) em onze doentes com HIV+ e AIDS. Rev Med (São Paulo). 2008 jan.-mar.;87(1):66-75.RESUMO: A moléstia de Hansen (MH) e a AIDS são importantes problemas de saúde pública no Brasil. Este trabalho visa verifi car a incidência de co-infecção pelo HIV e AIDS num grupo de doentes de hanseníase. Foram examinados 620 doentes de hanseníase, com ou sem estado reacional, no período de 1987 a 1997. Após consentimento, foram submetidos ao teste de ELISA, para HIV; os positivos foram confi rmados pelo Western Blot, tratados e seguidos. Foram diagnosticados onze doentes (1,8%) com HIV. São descritos no trabalho a evolução deste grupo de doentes quanto aos aspectos clínicos, terapêuticos, histológicos, estados reacionais e resposta ao antígeno de Mitsuda. Conclusões: 1. A técnica de Elisa para diagnóstico do HIV é segura nos doentes de MH. 2. Os estados reacionais da MH não interferiram nos resultados de ELISA e de Western Blot. 3. Doentes com teste de Mitsuda positivo podem se tornar menos positivos com a imunossupressão do HIV, o que nos indica progressiva diminuição de resistência específi ca contra o BH, sugerindo que o HIV e a AIDS promovem modifi cação da resposta imune celular específi ca ao BH. 4. Provavelmente, a infecção pelo HIV pode reduzir o período de incubação da MH. 5. Doentes paucibacilares e portadores do HIV+, adequadamente tratados contra a MH, não apresentam recidiva após a instalação da AIDS.
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